Vídeo não justifica matar diplomatas, segundo chefe militar iraniano

A condenação ao filme “A inocência dos muçulmanos”, considerado uma blasfêmia no mundo islâmico, não justifica matar diplomatas dos Estados Unidos, disse neste domingo o general Mohamad Ali Jaafari, comandante do Corpo de Guardiães da Revolução do Irã. Em entrevista coletiva, Jaafari condenou o vídeo produzido nos EUA e que gerou reações de extrema violência […]

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A condenação ao filme “A inocência dos muçulmanos”, considerado uma blasfêmia no mundo islâmico, não justifica matar diplomatas dos Estados Unidos, disse neste domingo o general Mohamad Ali Jaafari, comandante do Corpo de Guardiães da Revolução do Irã.

Em entrevista coletiva, Jaafari condenou o vídeo produzido nos EUA e que gerou reações de extrema violência em alguns países muçulmanos, especialmente contra as representações diplomáticas americanas.

“Lamento esse ato (a difusão do filme) americano sionista e o condeno. Os sentimentos dos muçulmanos foram feridos e o único que puderam fazer é levar seus protestos para as embaixadas”, disse Jaafari.

No entanto, o chefe militar disse que não há justificativa para matar. Nas primeiras reações contra o filme, um grupo atacou o consulado dos Estados Unidos em Benghazi e matou o embaixador americano na Líbia, Christopher Stevens, e outros três empregados da legação.

Filme anti-islamismo desencadeia protestos contra EUA

Na última terça-feira, 11 de setembro, protestos irromperam em frente às embaixadas americanas do Cairo, no Egito, e de Benghazi, na Líbia, motivados por um vídeo que zombava do islamismo e de Maomé, o profeta muçulmano. No primeiro caso, os manifestantes destroçaram a bandeira estadunidense; no segundo, os ataques chegaram ao interior da embaixada, durante os quais morreram, entre outros, o embaixador e representante de Washington, Cristopher Stevens.

Desde então, protestos e confrontos, que vêm sendo registrados diariamente no Cairo, disseminaram-se contra embaixadas americanas em diversos países da África e do Oriente Médio. Nesta sexta, 14 de setembro, já haviam sido registrados eventos em Túnis (Tunísia), Cartum (Sudão), Jerusalém (Israel) , Amã (Jordânia) e Sanaa (Iêmen). Há fotos e relatos de protestos também na Índia e em Bangladesh. Somados, estes episódios já deixam algumas dezenas de mortos e feridos entre manifestantes, diplomatas e forças de segurança.

O vídeo que desencadeou esta onda de protestos no mesmo dia em que os Estados Unidos relembravam os atentados terroristas de 2001 traz trechos de Innocence of Muslims (A Inocência dos muçulmanos, em tradução livre), filme produzido nos Estados Unidos sob a suposta direção de Nakoula Basseky Nakoula. Ele seria um cristão copta egípcio residente nos Estados Unidos, mas sua verdadeira identidade e localização ainda são investigadas. O filme, de qualidades intelectual e cultural amplamente questionáveis, zomba abertamente do Islã e denigre de a imagem de Maomé, principal nome da tradição muçulmana.

A Casa Branca lamentou o conteúdo do material, afirmou não ter nenhuma relação com suas premissas e ordenou o reforço das embaixadas americanas.

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