Venda de ingressos para adolescentes será revista por empresários da Move

A empresa promoveu show com o DJ internacional David Gueta, que aconteceu na última sexta-feira, no Joquei Clube de Campo Grande. Por conta de questionamentos e até problemas durante o evento, é possível que em fevereiro adolescentes não tenham acesso ao show do DJ Tiesto.

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A empresa promoveu show com o DJ internacional David Gueta, que aconteceu na última sexta-feira, no Joquei Clube de Campo Grande. Por conta de questionamentos e até problemas durante o evento, é possível que em fevereiro adolescentes não tenham acesso ao show do DJ Tiesto.

Os empresários da Move, que promoveram o show do DJ David Gueta, na sexta-feira passada em Campo Grande estão revendo a possibilidade de continuar pedindo autorização judicial para vender ingressos para adolescentes. A decisão veio depois de problemas detectados no evento com Gueta. Isso pode afetar diretamente já no próximo grande show com o renomado DJ Tiesto já confirmado para 2 de fevereiro do próximo ano.

O advogado que representa os empresários, Fábio de Melo Ferraz afirma que a Move trabalhou dentro da legalidade e com boa vontade. A autorização para venda de ingressos para adolescentes veio um dia antes do show e conforme o advogado foi providenciado aparato diferenciado para atender os menores de 18 anos, bem como membros do Ministério Público Estadual que foram ao evento fazer fiscalização.

De acordo com o advogado, por volta das 20h, o promotor da Vara da Infância Sérgio Harfouche foi ao local do evento acompanhado de ao menos 30 pessoas de sua equipe para olhar as dependências onde mais tarde aconteceu o show. Foram feitas reuniões com os responsáveis do bar para orientar sobre a proibição de venda de bebida alcoólica para menores de 18 anos. Os garçons também foram orientados pelo próprio promotor, conforme Fábio de Melo.

Um dos problemas durante o evento foi quando o promotor exigiu a presença de um dos sócios da Move, onde a intenção era dar voz de prisão. Na versão da Move, o promotor e dois policiais foram até Raphael Cance, que é sócio. O empresário recebeu voz de prisão do promotor e dois policiais tentaram imobilizá-lo. Com isso, uma multidão tentou impedir a prisão.

Na confusão e tentativa de prisão, o empresário ficou lesionado no pescoço e braço. Sobre os adolescentes, o promotor detectou cinco embriagados, mas a casa garante que se beberam conseguiram bebidas com adultos ou já chegaram alcoolizados dos chamados “esquenta” (prática já comum antes de sair para festas). Dos mais de 16 mil ingressos, foram disponibilizados 5 mil para adolescentes.

As condições estabelecidas pela Justiça foram: adolescentes entre 16 e 17 anos podiam entrar no evento, porém com autorização dos pais ou responsáveis reconhecida em cartório. Menores que isso somente acompanhados. A permanência no recinto foi permitida até as 4h, porém não foi estipulado horário para adultos, ou seja, a festa não tinha que acabar necessariamente nesse horário. No despacho do juiz também não foi repassada para a promotora do evento a responsabilidade de tirá-los da festa.

O advogado da Move garante que não houve desacato por parte dos empresários que estavam promovendo o evento. Além disso, conforme uma testemunha, policiais militares que estavam fardados não se mobilizaram na confusão envolvendo o promotor e sua equipe. “Tínhamos mais de 250 seguranças particulares, além da PM. Ninguém descumpriu a Justiça e a equipe que trabalhava foi muito bem orientada quanto à venda de bebidas alcoólicas. Orientamos até a pedir documento caso desconfiassem que algum adolescente trocou de pulseira”, defende. Os adolescentes portavam uma pulseira de cor diferente das dos adultos, mas no ato da venda não foi dito isso a eles.

O promotor Sérgio Harfouche já havia dito ao Midiamax que vai oferecer denúncia à Justiça contra a Move. Segundo ele, a casa cometeu ao menos seis crimes durante o show. A defesa dos empresários não quis comentar as declarações.

O empresário Raphael Cance fez um boletim de ocorrência contra o promotor, mas como está em segredo de justiça, o teor não foi revelado. Por se tratar de um representante do Estado, no caso um promotor, o caso não será relatado em inquérito policial. Todos os trâmites vão correr diretamente no Tribunal de Justiça do Estado.

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