Uso excessivo de ar condicionado pode provocar infecções; saiba como evitar

No verão, o ar condicionado acompanha os brasileiros em casa, no carro e no trabalho. Mas apesar de ser um alívio contra o calor, o eletrodoméstico é um meio de disseminação de doenças e pode prejudicar a saúde. Segundo a alergista Maria Jussara Fernandes Fontes, professora da faculdade de medicina da UFMG (Universidade Federal de Minas […]

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No verão, o ar condicionado acompanha os brasileiros em casa, no carro e no trabalho. Mas apesar de ser um alívio contra o calor, o eletrodoméstico é um meio de disseminação de doenças e pode prejudicar a saúde.
 
Segundo a alergista Maria Jussara Fernandes Fontes, professora da faculdade de medicina da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), o ar condicionado é um dos maiores causadores de doenças respiratórias.
 
O ar frio resseca a mucosa do nariz, responsável por defender o organismo da entrada de bactérias para o pulmão.
 
“A mucosa nasal é revestida por cílios que têm papel de varredura, levando as bactérias e os vírus para fora do organismo. Uma vez agredida pelo ar frio, ela resseca e perde essa defesa, diminuindo a resistência e aumentando as chances de infecção, expondo o organismo”, explica a alergista.
 
Já para o pneumologista Ricardo Millinavicius, diretor da SBPT (Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia), ficar mais de três ou quatro horas em um ambiente com ar condicionado aumenta as chances de contrair gripe, resfriado e infecções. “As pessoas que sofrem de asma, sinusite ou DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica) são ainda mais sensíveis e têm mais chance de ter exacerbações.”
 
A pneumonia é o problema mais grave que pode ser provocado por uma infecção nos pulmões, de acordo com o especialista.
 
Troca do filtro e limpeza
 
Para evitar a proliferação de vírus e bactérias, é fundamental fazer a manutenção do aparelho.
 
“O grande problema é que o filtro do ar não consegue reter todas as impurezas, e o que não é filtrado fica retido nos tubos. Para tentar prevenir infecções, deve ser feita uma limpeza adequada, não só trocar o filtro”, diz o pneumologista.
 
A troca do filtro deve ser feita pelo menos uma vez por ano e os tubos precisam ser limpos a cada seis meses.
 
No caso do carro, Millinavicius ainda informa que o filtro deve ser trocado a cada 10 mil quilômetros.
 
Mudanças bruscas de temperatura
 
Outro problema causado pelo eletrodoméstico nesta época do ano é a mudança brusca de temperatura de um ambiente muito frio para outro muito quente, o que também resseca a mucosa.
 
Para evitar danos à saúde, o pneumologista da SBPT afirma que a temperatura do ar condicionado não pode ficar tão fria. “O ideal é que fique entre 20ºC e 22ºC”, indica.
 
Ele sugere que, antes de sair de um ambiente frio para outro quente, a pessoa coloque um agasalho para evitar a mudança brusca. Então, é preciso esperar até que a temperatura do corpo se equilibre.
 
Evitar lugares refrigerados com um grande número de pessoas também diminui as chances de ter uma infecção.
 
“O ar condicionado não é um vilão. Hospitais têm ar condicionado. É só uma questão de usar com bom senso”, afirma Fábio Muchão, pneumologista do AME (Ambulatório Médico de Especialidades). Ele diz que 23º C é uma temperatura agradável e não terá um contraste muito grande em relação ao ambiente externo.
 
Hidratação
 
Para combater a umidade baixa provocada pelo ar condicionado, os especialistas recomendam a ingestão de bastante água e o uso de soro fisiológico no nariz para umidificar a mucosa ressecada.
 
Outra sugestão para quem dorme com o aparelho ligado é usar umidificadores ou manter tigelas com água no ambiente.
 
Por fim, Millinavicius recomenda a imunização a idosos e alérgicos. A vacina da gripe aumenta a imunidade e evita infecções.

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