SP: estupros grupais contra meninas impressionam delegada
Dois casos de estupro grupal cometidos por adolescentes contra meninas de 12 e 13 anos registrados em menos de uma semana pela Polícia Civil de Sorocaba, a 107 km de São Paulo, chamam a atenção da sociedade, mas também de pessoas que convivem rotineiramente em seus trabalhos com os mais diversos crimes, como a delegada […]
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Dois casos de estupro grupal cometidos por adolescentes contra meninas de 12 e 13 anos registrados em menos de uma semana pela Polícia Civil de Sorocaba, a 107 km de São Paulo, chamam a atenção da sociedade, mas também de pessoas que convivem rotineiramente em seus trabalhos com os mais diversos crimes, como a delegada titular da Delegacia de Defesa da Mulher de Sorocaba (DDM), Jaqueline Coutinho.
No primeiro caso, que teria ocorrido em dezembro, mas denunciado apenas na última semana, uma menina de 12 anos foi estuprada por cinco adolescentes – todos estudantes da mesma escola, e teve o abuso filmado e postado na internet. Já no segundo, uma garota de 13 anos marcou o encontro com um rapaz através da internet e foi arrastada para um terreno baldio, onde foi abusada sexualmente pelo adolescente e mais cinco amigos dele.
Apesar das semelhanças dos crimes, a delegada da DDM não acredita que um tenha motivado o outro. “Não há ligações entre eles. São dois casos isolados, com autores diferentes. Um teria sido cometido através de ameaças, já no outro, pelo que soube, houve violência física”, explica.
Jaqueline Coutinho revela que ficou impressionada com as agressões sexuais cometidas contra as duas meninas na cidade. “Acho um absurdo, fico impressionada. Nos dois casos houve co-autoria, ou seja, mais de um jovem cometendo o mesmo crime. O que salta aos olhos é que foram meninas, de 12 e no outro de 13 anos, contra cinco ou seis adolescentes. Existe a agressão física, mas a psicológica é ainda muito maior”, destaca.
Ela compara as duas situações ocorridas com casos de crimes sexuais cometidos por adultos e demonstra preocupação. “Pensando nesse tipo de crime, quando cometido por adulto, é muito raro que aconteça desta maneira, com mais de um autor. Agora, com esses menores, mais do que o instinto sexual, parece que pesa a irresponsabilidade, como se realizassem esses abusos como se fosse uma brincadeira”, lamenta Jaqueline.
Para a delegada, a estrutura da sociedade atualmente tem responsabilidade no que está acontecendo. “Acho que a base de tudo é o atual cenário da sociedade. Os adolescentes estão cada vez mais precoces sexualmente, a educação é descomprometida e são pais que não se preocupam em impor limites. Os jovens vivem nessa rotina de libertinagem, como se vivenciar tudo isso fosse natural. Esse exercício de relações sexuais, tão novos, é considerado por eles como normal”, desabafa.
Um levantamento realizado pela Delegacia da Defesa da Mulher de Sorocaba contabilizando apenas o mês de fevereiro deste ano aponta que, em média, foi registrada uma ocorrência de estupro por dia. “O número é alto, apenas no mês de fevereiro, foram registrados 27 casos de estupro em Sorocaba. E esse número é baseado nas pessoas que nos procuraram e registraram o crime. Podem existir casos que as mulheres não deram queixa”, conta a delegada.
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