Síria tem mais violência em dia marcado para cessar-fogo
Tropas sírias bombardearam duas cidades nesta terça-feira, mantendo a ofensiva contra os inimigos do presidente Bashar al Assad, no dia em que um plano de paz internacional previa o fim do uso de armas pesadas e a retirada das forças militares dos centros urbanos. O Observatório Sírio de Direitos Humanos, grupo oposicionista no exílio, relatou […]
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Tropas sírias bombardearam duas cidades nesta terça-feira, mantendo a ofensiva contra os inimigos do presidente Bashar al Assad, no dia em que um plano de paz internacional previa o fim do uso de armas pesadas e a retirada das forças militares dos centros urbanos.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos, grupo oposicionista no exílio, relatou bombardeios intensos no bairro de Khalidiya, em Homs, e disse que os rebeldes mataram seis soldados em ataques a duas barreiras rodoviárias perto da localidade de Marqada (nordeste).
O Exército Sírio Livre, uma força rebelde, diz que só vai suspender suas ações se estiver convencido de que as forças de Assad recuaram.
Enquanto o prazo dado para o mediador internacional Kofi Annan vai chegando ao fim, o chanceler sírio, Walid al Moualem, exigiu garantias de que os insurgentes vão honrar a trégua.
“Não vamos pedir garantias aos grupos terroristas, que estão matando, sequestrando e destruindo a infraestrutura. Queremos que Annan nos dê essas garantias”, disse ele em Moscou.
Moualem disse também que Annan lhe informou num recente telefonema que os rebeldes seriam desarmados após o cessar-fogo.
Diplomatas dizem que o plano de Annan dá até meia-noite (pelo horário sírio; 18h em Brasília) para que Assad comece a retirar forças militares e armas pesadas dos centros urbanos. As condições adicionais impostas por Damasco alimentam dúvidas generalizadas sobre o cumprimento do prazo para a trégua total (às 6h de quinta-feira; 0h do mesmo dia em Brasília).
Por enquanto, não há nem sinal de trégua.
Durante a noite, militares bombardearam a cidade de Hama, e bombas estavam caindo em partes de Homs na manhã de terça-feira, segundo ativistas locais. Tanques permanecem em ambas as cidades.
O Observatório, que colhe relatos de seus contatos na Síria, informou que não há sinais claros de recuo das tropas. Rebeldes e militares travaram confronto em Deraa (sul).
As restrições do governo ao trabalho da imprensa independente dificultam a confirmação dos relatos oriundos da Síria.
O governo Assad sofre crescente pressão internacional para suspender a repressão contra a oposição, que já dura mais de um ano. A Rússia, tradicional aliada de Damasco, disse que a Síria precisa agir “mais decisivamente” para implementar os termos do plano de Annan, mas também defendeu que nações estrangeiras usem sua influência junto a grupos oposicionistas para assegurar a trégua imediata.
“Dissemos ao nosso colega sírio… que achamos que suas ações poderiam ser mais ativas, mais decisivas a respeito do cumprimento dos pontos do plano”, disse o chanceler russo, Sergei Lavrov, a jornalistas após receber Moualem.
A ONU estima que mais de 9.000 pessoas já tenham sido mortas pelas forças do governo sírio em um ano de repressão no país. O governo se diz vítima de “grupos terroristas” armados pelo exterior, que já teriam matado mais de 2.500 soldados e policiais.
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