Simon pede pressão da sociedade pela quebra de sigilo da Delta nacional

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) voltou a criticar, na sexta-feira (25), a demora da CPI em quebrar o sigilo da Delta Nacional e convocar governantes para esclarecer suas relações com o contraventor Carlinhos Cachoeira. Ele também conclamou a juventude a acompanhar, na próxima terça-feira (29), reunião em que a comissão deverá votar requerimentos com esses objetivos. […]

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O senador Pedro Simon (PMDB-RS) voltou a criticar, na sexta-feira (25), a demora da CPI em quebrar o sigilo da Delta Nacional e convocar governantes para esclarecer suas relações com o contraventor Carlinhos Cachoeira. Ele também conclamou a juventude a acompanhar, na próxima terça-feira (29), reunião em que a comissão deverá votar requerimentos com esses objetivos.

“Jovens das chamadas redes sociais, terça-feira, às dez horas, vocês devem estar aqui, na frente do Senado, vocês devem vir aqui, porque a presença de vocês, com as mãos limpas, tornou-se realidade. Com a presença dos senhores, a Diretas Já se tornou realidade. Com a presença dos senhores, o presidente que tinha de ser afastado foi cassado. Com a presença dos senhores, a reunião de terça-feira abrirá as contas da Delta e abrirá as contas dos que devem ser policiados”, disse Simon.

Na avaliação do parlamentar, depois das primeiras semanas de trabalho, a CPI “parece ter se afogado sem ter dado um único mergulho”. Simon criticou os depoentes que ficaram calados diante dos membros da comissão, a passividade de parte dos que têm obrigação de investigar e também acordos denunciados na imprensa que visariam evitar a convocação de governadores à CPI.

O senador lembrou ainda a instauração de outras CPIs na história recente do país e afirmou que a corrupção só terminará com o fim da impunidade.

“O capítulo do dia são os pecados do Cachoeira. Que já foram os do tesoureiro da campanha; que já foram os dos anões do Orçamento; que já foram os dos sanguessugas das ambulâncias, dos precatórios, das privatizações, dos Correios, da compra de votos nos fundos de pensão, do mensalão, dos bingos, dos cartões corporativos. Tudo indica que outros capítulos virão, no rastro da impunidade que já se desenha, mal começada a CPI”, lamentou.

Na avaliação de Simon, o investimento em educação é também um dos caminhos para mudar esse cenário.

“A educação leva a uma melhor escolha dos governantes que, sem a impunidade de agora, não se deixarão levar pelos acenos corruptores do poder”, argumentou.

Roberto Gurgel

Pedro Simon afirmou que as respostas do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, à CPI do Cachoeira comprovam que ele tomou a decisão acertada ao sobrestar, em 2009, o inquérito da Operação Vegas, da Polícia Federal. Gurgel encaminhou explicações por escrito aos parlamentares sobre o episódio.

A operação, que apurou esquema de jogo ilegal comandado por Cachoeira, teve os autos enviados à PGR devido ao envolvimento de pessoas com foro privilegiado. Segundo Simon, convocar Roberto Gurgel, por suposta demora na denúncia contra parlamentares, é uma tentativa de desviar o foco da CPI.

“Quiseram fazer a CPI do procurador-geral porque ele ficou com o assunto parado, pois ele disse que ainda não tinha elementos para fazer uma denúncia concreta. E agora ficou provado que ele tinha razão. Foi a espera, foi a continuidade do que apareceu depois nas novas gravações que hoje tornou a situação do senhor Cachoeira insustentável”, disse.

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