Sem-terra encerram manifestação e liberam rodovias; reunião prevê vistoria de propriedades

Os bloqueios em rodovias e a manifestação em frente ao Incra já foram liberados. As negociações ainda acontecem no interior do órgão.

A reunião começou na tarde desta quarta-feira (2) e dura até agora. Segundo a assessoria da Fetagri (Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Mato Grosso do Sul), os órgãos envolvidos na reunião concordaram em vistoriar trinta das quarenta e três propriedades listadas para o processo de reforma agrária.

“Esperamos sair desse encontro de hoje com alguma solução. Não podemos mais conviver dessa forma, com tudo parado. Precisamos avançar pelo menos em alguns pontos”, comentou Geraldo Teixeira de Almeida que participa da rodada de negociação.

A diretoria da Fetagri alega que o processo de reforma agrária no estado se encontra estagnado há cerca de dois anos, desde que escândalos na gestão estadual do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).

Protestos

Militantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra) protestaram em frente a sede da autarquia durante o dia de hoje, e chegaram a interromper o trânsito em cerca de oito rodovias no estado. No momento, cerca de vinte pessoas participam da mesa redonda que acontece no interior do órgão.

Segundo a assessoria, cerca de dois mil manifestantes participaram dos protestos por todo o estado. Este protesto é uma antecipação ao ‘Grito da Terra Brasil’.

“O campo está para estourar. Não podemos mais suportar a situação como estava. Até as casas que vinham sendo construídas nos assentamentos estão paralisadas. Os recursos para pagar materiais e serviços não saíram. Isto sem contar com outros problemas sérios que enfrentamos por falta de ação do governo federal de acelerar o processo de reforma agrária no Estado” afirma o movimento em nota divulgada.

Rodovias

A maioria das rodovias foi liberada no final da tarde. A aglomeração em frente ao órgão na Capital também foi dispersada. Segundo a assessoria do movimento, as manifestações seguirão caso a negociação seja infrutífera.

O objetivo das manifestações é chamar a atenção da mídia, da população e do poder público para a estagnação do processo.