Desde as 9h da manhã de hoje acontece em Campo Grande audiência pública para discutir a retirada ou não das portas giratórias das agências bancárias da capital. A sessão acontece no Plenário Edroim Reverdito, na Câmara Municipal.

A audiência foi convocada depois que os bancos anunciaram, no início deste mês, que iriam começar a retirar as portas giratória das agências por causa do grande número de processos e indenizações pagas a clientes que se sentiram constrangidos após ficarem travados.

A medida não agradou bancários, vigilantes, sindicatos e demais categorias envolvidas no trabalho e segurança dos bancos. De um lado, os bancos reclamam do custo das indenizações. Do outro, vigilantes, bancários, sindicatos afirmam que o custo é mínimo diante dos lucros das instituições bancárias.

O advogado do Sindicato dos Bancários e Conselheiro Estadual da OAB/MS (Ordem dos Advogados), Alexandre Moraes Cantero, diz que diante dos lucros dos bancos as indenizações são mínimas.

Segundo ele, os bancários estão apreensivos, já que diariamente se vê na mídia o aumento dos assaltos, explosões de caixas eletrônicos, tanto no interior como na capital. E a retirada das portas viria facilitar a ação dos criminosos.

Ele ainda aponta que não somente a retirada não é algo bom para os bancos como é preciso colocar as portas em instituições que tenham serviços bancários como: lotéricas, correios (banco postal) e financeiras.

“A pretexto da inclusão bancária, tem-se permitido uma proliferação de estabelecimentos que recebem contas e ofertam crédito. É preciso mais segurança nesses locais”, pontua.

O diretor do sindicato dos vigilantes, Valdenir Pereira da Silva, considera a medida impossível. “O crime organizado está cada vez mais preparado, a medida é impossível”.

Ele também apontou o medo dos vigilantes com a retirada das portas. “Os vigilantes já falaram que se retirarem as portas eles não vão trabalhar em bancos. O que segura o bandido é a porta giratória. O constrangimento é menor que o risco”.

Para o vereador Alex do PT que preside a Comissão Permanente de Segurança Pública a medida não faz sentido. “Em time que se está ganhando não se mexe. Eles afirmam que poderiam retirar as portas em Campo Grande porque o índice de assaltos é baixo, mas é baixo porque a segurança funciona”.

Dados

Levantamento Nacional mostra que 49 pessoas foram assassinadas em 2011 no Brasil em decorrência de assaltos a bancos. O número é 113,04% maior que o registrado no ano anterior, 23 mortes. Os dados são da Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) e da CNTV (Confederação Nacional dos Vigilantes).

No Mato Grosso do Sul, nos últimos 12 meses, foram registrados cerca de cinco assaltos a mão armada. Inclusive, em agências com porta de segurança.

Assaltos em agências e correspondentes bancários com morte cresceram 29,40%, enquanto que em estabelecimentos com caixa eletrônico 12,24%.

(Matéria editada às 15h15 para acréscimo de informações)