‘Se greve estender mais 60 dias, estudantes da UFMS podem perder ano letivo’, diz DCE
Até o momento o diretório avalia que primeiro semestre não foi perdido e que aulas serão ‘emendadas’ com o início do próximo ano.
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Até o momento o diretório avalia que primeiro semestre não foi perdido e que aulas serão ‘emendadas’ com o início do próximo ano.
Após 80 dias em greve, coordenadores do DCE garantem que o primeiro semestre de aulas não será perdido e as aulas serão ‘emendadas’ com o início do próximo ano, caso o movimento não se estenda por mais 60 dias.
“Uma posição concreta sobre o ano letivo dos acadêmicos e docentes da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) ainda não foi dada, já que agora é que estamos começando a negociar com a reitoria da universidade e o Governo Federal”, diz o coordenador Renan Araújo.
“Entrei este ano no curso de Química e sabia da possibilidades de greve, mas não imaginava que duraria tanto tempo. No começo, fiquei com medo de perder o ano letivo, mas sei que agora o prejuízo mesmo é que não teremos férias para que seja feita a reposição de aulas. E no decorrer do movimento, entendi que é justa a reivindicação dos professores, que merecem melhores salários e condições de trabalho, algo que irá refletir na educação e por isso acho que a greve vale a pena”, diz o estudante do 1° semestre, Gabriel Hamed Zayed, 19 anos.
Quando deflagrada a greve de técnicos, professores e apenas 20 cursos da UFMS, a intenção era de que eles logo fossem recebidos pela reitoria, o que não ocorreu, segundo os coordenadores do DCE. “A greve tomou uma proporção muito grande e o mais curioso é que todas as universidades do país possuem os mesmos pedidos. Agora, todos os cursos estão paralisados, aguardando uma contraproposta da reitoria”, diz um dos coordenadores Araújo.
Em entrevista ao Midiamax, Araújo conta que ‘reitoria demorou muito pra conversar e apenas recebeu os estudantes para receber a proposta e depois para entregar ao DCE uma resposta do que foi sugerido’. “A desculpa era de que a reitora uma hora estava doente e na outra estava de férias. Quem conversou conosco foi o vice-reitor José Ricardo Tognini, mas como os professores não aceitaram o que foi proposto, continuamos em greve”, diz o coordenador.
Reajuste linear de 45% não foi aceito por docentes, que acompanham greve dos alunos da UFMS
Aos docentes foi oferecido um reajuste linear de 45%. “Atualmente a categoria está dividida em 17 níveis e esse aumento só atingiria aqueles do último escalão, que teriam um aumento salarial de R$ 15 mil para R$ 17 mil, por exemplo. Sinceramente os professores acharam ridículo esse reajuste. Eles querem uma carreira estruturada, dividida em três níveis e com o salário mínimo de R$ 2,3 mil, algo que está proposto no Andes (Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior)”, comenta outro coordenador do DCE, Higor Cirilo.
Os professores aguardam o aumento e o plano de carreiras desde 2010. Já por parte dos alunos a história é outra. “Com o Sisu (Sistema de Seleção Unificada), que trouxe gente do país inteiro para a universidade, pedimos a moradia estudantil, que não existe em nenhum campus da UFMS. Outra coisa é que é muito grande o número de alunos que são mães, pais e também os próprios funcionários que pedem uma creche para o cuidado dos filhos”, diz o coordenador Araújo.
Sisu trouxe estudantes de diversas regiões, mas moradia e alimentação não acompanha evolução
O coordenador avalia que, ‘ao mesmo tempo em que o governo propôs o fluxo de estudantes de vários estados, ele não preparou as universidades para receber os alunos. “E além de tudo isso ainda tem o restaurante, que só tem no campus de Capital e oferece apenas o café da manhã e o almoço, deixando na mão quem estuda em período integral ou a noite”, explica o coordenador do DCE.
A nível nacional, ele conta que o governo se comprometeu a fazer um levantamento do número de estudantes e funcionários das universidades que necessitam de creche, além de um estudo da quantidade de moradias e restaurantes.
“Durante o movimento grevista o governo prometeu criar uma base de estudos, que será o Simec (Sistema de Informação do Ministério da Educação) e agora continuamos as negociações. Outra pauta ainda seria a assistência estudantil, que garante uma bolsa para moradia e foi suspensa com a greve. Estamos esperando para discutir novamente”, conta Araújo.
Enquanto isso, o que está em funcionamento na universidade são os estágios internos e em hospitais, órgãos públicos, assim como projetos de extensão, pesquisa e o Mestrado, que não foi atingido pela greve.
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