Russo recua e não abre mão de salários extras

Foi o caso do senador Antonio Russo (PR-MS), que colocou sua assessoria de imprensa, na última terça-feira (7), para divulgar que pretendia abrir mão dos dois salários extras

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Foi o caso do senador Antonio Russo (PR-MS), que colocou sua assessoria de imprensa, na última terça-feira (7), para divulgar que pretendia abrir mão dos dois salários extras

O projeto pelo fim dos dois salários extras, de autoria da ex-senadora Gleisi Hoffmann (PT), deve ser votado na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado no dia 20 de março. Com a pressão pela extinção da regalia dos deputados federais e senadores, alguns congressistas, têm corrido para dizer que decidiram abrir mão da regalia.

Foi o caso do senador Antonio Russo (PR-MS), que colocou sua assessoria de imprensa, na última terça-feira (7), para divulgar que pretendia abrir mão dos dois salários extras. Na quarta, pensou melhor e voltou atrás. “Fui afoito”, confessou para assessores.

Saindo da gaveta

Após um ano na gaveta do Senado Federal, o projeto que prevê o fim do pagamento de 14º e 15º salários para deputados federais e senadores vai à votação na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Depois de passar pela Comissão da Mesa Diretora, o término da regalia será votado em plenário.

A celeridade repentina tem nome e sobrenome: pressão da opinião pública e instauração de procedimento investigativo por parte da Receita Federal. Além do rendimento extra, os senadores driblam o Leão e não pagam Imposto de Renda quando embolsam as remunerações adicionais.

Economia

Nos oito anos de mandato de senador, o custo com o pagamento dos extras é de R$ 34,6 milhões. A Câmara dos Deputados gasta, em quatro anos, R$ 109,6 milhões.

A garantia de que o tema será submetido à votação foi dada no fim da tarde de quarta-feira (8) pelo presidente da CAE, senador Delcídio do Amaral (PT-MS). Ele jura que nunca sofreu, durante todo esse tempo, pressão de seus pares para sentar no projeto e permitir por tempo indeterminado a continuidade da farra com patrocínio oficial. “Não empurrei o projeto com a barriga”, disse.

Questionado por que só agora o projeto será desengavetado, o senador afirmou que existia um cronograma a ser cumprido. “Temos uma fila e respeitamos a sequência. Mas, como se trata de assunto bastante relevante e que a opinião pública vem acompanhando de perto, vamos priorizá-lo totalmente aqui na comissão”, assegurou.

A matéria prevê que os senadores e deputados federais passem a receber apenas a ajuda de custo no início e no fim do mandato. O entendimento da ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, é de que as ajudas de custo só se justificam no começo e término do mandato porque os parlamentares gastam com mudança e transporte.

Desde o início deste mandato, apenas quatro deputados abriram mão dos salários extras. José Antônio Reguffe (PDT-DF), Carlos Sampaio (PSDB-SP), Severino Ninho (PSB-PE) e Érika Kokay (PT-DF) enviaram à Direção-Geral da Câmara o pedido para não receberem o montante.

(Com informações do blog de Anna Ramalho, colunista do Jornal do Brasil)

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