Presidente da CPI do Cachoeira é liberado por médicos para voltar à atividade

O senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista que investiga as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira, disse nessa nesta quarta-feira estar liberado para reassumir as funções parlamentares. O parlamentar estava afastado desde o dia 1°, quando foi submetido a um cateterismo no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Em nota […]

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O senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista que investiga as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira, disse nessa nesta quarta-feira estar liberado para reassumir as funções parlamentares. O parlamentar estava afastado desde o dia 1°, quando foi submetido a um cateterismo no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

Em nota de sua assessoria, o senador afirmou ter feito exames que mostraram bons resultados. “Hoje me submeti a exames bioquímicos, falei com o Dr. Kalil por telefone e com o professor Ítalo e já recebi licença para retomar as minhas atividades funcionais de forma plena”, afirmou na manhã de hoje.

O senador disse que as suspeitas em relação a problemas com as artérias serviram para que ele passasse por um check-up geral e que os exames lhe dão confiança de que a sua saúde está ótima. O cateterismo pelo qual passou na semana passada – que, segundo os médicos, se mostrou dentro da normalidade – foi uma recomendação de médicos de Brasília, onde passou por uma tomografia da coluna que sugeriu a possibilidade de calcificação em uma das artérias.

O senador está se recuperando em Campina Grande, na Paraíba, e volta a Brasília na próxima semana. “Retorno a Brasília para dar sequência às minhas atividades parlamentares, na defesa dos interesses do meu Estado e do País”, afirmou na nota.

Durante sua ausência, a CPI foi presidida pelo vice-presidente da comissão, o deputado Paulo Teixeira (PT- SP), que, em outras decisões, adiou os requerimentos de audiência de Fernando Cavendish, ex-diretor da construtora Delta e Luiz Antonio Pagot, ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

Carlinhos Cachoeira


Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais.

Nos dias seguintes, reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador pediu ao empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo. Na conversa, o democrata ainda vazou informações sobre reuniões reservadas que manteve com representantes dos três Poderes.

Pressionado, Demóstenes pediu afastamento da liderança do DEM no Senado em 27 de março. No dia seguinte, o PSOL representou contra o parlamentar no Conselho de Ética e, um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de seu sigilo bancário.

O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido havia decidido abrir um processo que poderia resultar na expulsão de Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda, encerrando a investigação interna. Mas as denúncias só aumentaram e começaram a atingir ouros políticos, agentes públicos e empresas.

Após a publicação de suspeitas de que a construtora Delta, maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos, faça parte do esquema de Cachoeira, a empresa anunciou a demissão de um funcionário e uma auditoria. O vazamento das conversas apontam encontros de Cachoeira também com os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás. Em 19 de abril, o Congresso criou a CPI mista do Cachoeira.

 

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