Prefeito de Alcinopólis vai a julgamento de um dos assassinos do filho e fala de ameaças

Presente em todos os julgamentos dos acusados de participação no assassinato do seu filho, Alcino Fernandes Carneiro, 64 anos, voltou a Campo Grande nesta quarta-feira (26), para acompanhar a última decisão do conselho de sentença da 2ª Vara do Tribunal do Júri sobre o caso. Para Alcino, atual prefeito de Alcinópolis (PDT), cidade na qual […]

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Presente em todos os julgamentos dos acusados de participação no assassinato do seu filho, Alcino Fernandes Carneiro, 64 anos, voltou a Campo Grande nesta quarta-feira (26), para acompanhar a última decisão do conselho de sentença da 2ª Vara do Tribunal do Júri sobre o caso.

Para Alcino, atual prefeito de Alcinópolis (PDT), cidade na qual ele diz ser o primeiro morador e fundador, o que mais revolta é saber que o mandante do crime e os comparsas ainda concorrem aos cargos de prefeito e vereador na cidade.

“Tenho certeza que 100% da cidade de Alcinópolis sabe que Manoel Nunes da Silva (PR) e os comparsas, que hoje se candidatam para vereador, mataram meu filho. Se Carlos Antonio Costa Carneiro, então presidente da Câmara de Vereadores da cidade na época, continuasse no cargo, eles jamais poderiam continuar a cometer os roubos que cometem”, diz Alcino.

Ele conta que foram feitas diversas auditorias nos órgãos públicos da cidade e o estudo revelou muitas falcatruas. “Saiu uma pesquisa e disse que eles perdem a eleição. Só de saber disso fico aliviado e sei que é uma grande vitória para a cidade. Como exemplo do que é feito com o nosso dinheiro público, mostro uma Belina antiga estacionada lá. Só este ano ela foi trocada a bateria dela quatro vezes, assim como o cabeçote”, afirma Alcino.

Além do clima tenso, ele conta que continua recebendo ameaças, assim como disse ao Midiamax em fevereiro deste ano, quando compareceu a um dos julgamentos.

“Continuo recebendo ameaças. Fiz boletins de ocorrência e a investigação policial conseguiu a quebra de sigilo telefônico. Com isso, descobrimos que os autores compraram chips em nome de pessoas já mortas e até hoje não descobrimos a origem, mas eu sei muito bem quem é”, diz ele, apontando para um dos julgados.

Ele mostrou uma das mensagens, vindas do número: 8417 – 8472. “Aproveita que os seus dias estão contados”, diz o texto, o único que ele salvou após mostrar as inúmeras mensagens para a Polícia Civil.

Já o julgamento que teve início às 8h, continua ocorrendo. Aparecido Souza Fernandes é apontado como a pessoa que deu carona para o pistoleiro, levando ao local do crime, na garupa da moto o pistoleiro Irineu Maciel.

Em depoimento ao assistente de acusação do promotor de Justiça, Ricardo Trad, o réu alegou que Irineu entrou em contato com ele momentos antes, pedindo apenas uma carona. Ele dá detalhes da ação no dia do crime, mas garante ser inocente.

Assassinato

Carneiro foi alvejado no dia 26 de outubro de 2010, em Campo Grande, próximo do Hotel Vale Verde, por dois homens que estavam em uma moto.

Houve perseguição policial e, no cruzamento da avenida Afonso Pena com a rua Guia Lopes, dois homens se entregaram. O crime teve grande repercussão e abalou a sociedade sul-mato-grossense na ocasião. A vítima deixou a mulher, Nara Simone, e três filhos. De 19, 13 e 12 anos.

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