Popularidade de Cristina Kirchner cresce após nacionalização de petrolífera
O projeto de expropriação foi aprovado, nesta quinta-feira, por ampla maioria dos deputados e já tinha recebido forte respaldo dos senadores. Cristina foi reeleita em outubro do ano passado com 54% dos votos e, na ocasião, contava com cerca de 62% de aprovação, como observaram Mariel Fornoni, da consultoria Management&Fit, e Roberto Bacman, do Centro […]
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O projeto de expropriação foi aprovado, nesta quinta-feira, por ampla maioria dos deputados e já tinha recebido forte respaldo dos senadores.
Cristina foi reeleita em outubro do ano passado com 54% dos votos e, na ocasião, contava com cerca de 62% de aprovação, como observaram Mariel Fornoni, da consultoria Management&Fit, e Roberto Bacman, do Centro de Estudos de Opinião Pública (CEOP).
Mas pouco depois de tomar posse, em dezembro, sua popularidade começou a cair. Entre dezembro e abril, antes do anúncio da estatização da petroleira, o apoio popular à presidente tinha retrocedido 17 pontos percentuais.
”O desgaste da gestão, o anúncio do fim dos subsídios para o setor público privatizado (com o fim do congelamento de tarifas), o acidente de trem (em Buenos Aires, que deixou 51 mortos), as barreiras comerciais que afetaram o abastecimento de alguns setores e as suspeitas de corrupção contra o vice-presidente do país (Amado Boudou) foram os motivos para esta queda”, disse Fornoni à BBC Brasil.
Mas após o anúncio de estatização da petroleira YPF, seu índice de aprovação voltou a subir. ”(A aprovação de) Cristina tinha caído para cerca de 55% e agora está em 61%”, afirmou Bacman.
Já os números citados por Fornoni são bem mais modestos – ela diz que o apoio à presidente estaria hoje em torno dos 48%.
”Houve uma recuperação após o anuncio da YPF. Esse apoio passou de cerca de 44% para aproximadamente 48%”, disse ela à BBC Brasil.
Símbolo
Para Fornoni, a preocupação com a insegurança pública, com o aumento da inflação e com os baixos salários, tornaram os argentinos mais críticos em relação ao governo.
”Aqui na Argentina, quando há festa para todos, os eleitores não prestam muito atenção à corrupção. Mas quando sentem a inflação e que o salário é insuficiente, passam a notar as denúncias de corrupção”, afirmou a especialista, em uma referência ao recente escândalo envolvendo o vice de Kirchner e ex-ministro da Economia Amado Boudou, acusado de tráfico de influência para tentar favorecer um amigo de infância na disputa pela impressão das cédulas de pesos argentinos.
As pesquisas de opinião indicam ainda que a maioria dos argentinos aprova a nacionalização da YPF e que o setor petroleiro seja ”controlado” pelo Estado.
Segundo o CEOP, este índice chegou a 74%. A consultoria Poliarquía, que realizou o levantamento para o jornal La Nación, chegou ao índice de 62%, e a Manegement&Fit, 50,2%.
”A YPF é um símbolo para os argentinos. Nos anos 90, os argentinos apoiaram as privatizações de telefones, de luz, gás, água e até de trens, mas não da YPF e da Aerolíneas Argentinas, que são consideradas questões estratégicas”, afirmou Bacman.
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