PF já cumpre 16 dos 20 mandados de prisão preventiva em operação contra tráfico de aves

Entre as prisões no Estado está um policial aposentado em Corumbá. Ele já prestou depoimento ao delegado Alexandre Nascimento e será transferido para Campo Grande

Dezesseis dos 20 mandados de prisão preventiva, um temporário, seis conduções coercitivas (pessoa é obrigada a comparecer a delegacia para prestar depoimento) e 28 mandados de busca e apreensão em Mato Grosso do Sul e mais sete estados já foram cumpridos pela Operação Estalo, deflagrada às 5h30 desta segunda-feira (2).

Entre as prisões do Estado, está um policial aposentado em Corumbá, cidade distante a 444 quilômetros da Capital. Ele já prestou depoimento ao delegado Alexandre Nascimento e será transferido para Campo Grande.

O homem, que negou as acusações, se utilizava da condição de policial para fazer a travessia das aves na fronteira com a Bolívia, recebendo até R$ 3 mil por carregamento.

Anterior a ele, as investigações começaram após a PF flagrar 120 canários mortos em um terreno baldio no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Após as investigações em Pernambuco, a polícia descobriu que as aves pertenciam a um traficante natural de Mato Grosso. A partir daí, a Operação Estalo identificou a atuação da quadrilha em Santa Catarina, Distrito Federal, Ceará, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Roraima, São Paulo e Minas Gerais.

Em entrevista, o superintendente da PF em Pernambuco, Marlon Jefferson de Almeida, afirmou que os canários da Venezuela e Peru eram distribuídos no país para fomentar a prática de rinha. “Conseguimos atuar para reprimir esse tipo de crime no país. A gente estima que, só ano passado, a quadrilha poderia ter traficado até 60 mil animais por ano”, disse Almeida.

Já foi descoberto que os grupos traficavam animais em quatro rotas, sendo duas internacionais e de maneira interligada. Dos presos, quatro foram detidos no Distrito Federal, em Vicente Pires. Com essas pessoas do DF foram encontrados 400 canários exóticos apreendidos. As aves serão levadas para o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente), para serem reintroduzidas ao habitat natural.