Pesquisa IPEMS destaca apoio e pode desfavorecer pré-candidatos sem padrinhos
Pesquisa do Ipems, registrada na última quarta-feira (9) no TRE-MS (Tribunal Regional de Mato Grosso do Sul), apresentou metodologia inusitada ao deixar de lado tradicional pergunta sobre o pré-candidato preferido do eleitor para relacioná-lo ao padrinho. Seis nomes foram cotados pelo instituto para disputar à Prefeitura de Campo Grande, mas nem todos ganharam apoiadores, enquan…
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Pesquisa do Ipems, registrada na última quarta-feira (9) no TRE-MS (Tribunal Regional de Mato Grosso do Sul), apresentou metodologia inusitada ao deixar de lado tradicional pergunta sobre o pré-candidato preferido do eleitor para relacioná-lo ao padrinho. Seis nomes foram cotados pelo instituto para disputar à Prefeitura de Campo Grande, mas nem todos ganharam apoiadores, enquanto outros têm até dois padrinhos. A relação pode ameaçar a credibilidade do levantamento por determinar pesos desiguais aos pré-candidatos.
Estudiosos, procurados pelo Midiamax, afirmar que esse tipo de conexão (candidato e apoiador) é utilizado após a homologação das candidaturas e apenas no período eleitoral e estranharam o fato de a tradicional pergunta sobre o nome preferido do eleitor não compor o questionário, por isso, sugeriram que a amostragem se torna de “intenção de apoio”, e não de voto. Também classificaram como desvantajoso o fato de um pré-candidato contar com mais de um padrinho e outro nenhum.
Na pesquisa, o deputado estadual Alcides Bernal é relacionado ao PP; o presidente regional do PSD, Antonio João Hugo Rodrigues, aparece com o apoio do prefeito de São Paulo Gilberto Kassab; o vereador Athayde Nery é apadrinhado pelo PPS, o deputado federal Edson Giroto (PMDB) figura com o apoio do governador André Puccinelli (PMDB) e do prefeito Nelsinho Trad (PMDB); o deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB) é relacionado ao senador Aécio Neves (PSDB); enquanto o deputado federal Vander Loubet (PT) é citado como afilhado político do ex-governador Zeca do PT e do senador Delcídio do Amaral (PT).
“O levantamento é legal, mas imoral”, disse pesquisadora, que pediu para não ter o nome divulgado por temer prejuízos financeiros ao seu instituto. Segundo a estudiosa, não existe lei que determine as perguntas a serem apresentadas ao eleitor. “Mas é lógico que o eleitor indeciso escolherá o candidato com mais apoiadores”, comentou. “Neste caso a metodologia é ainda mais absurda por beneficiar o candidato governista, levando em conta o fato de as obras em andamento na Capital serem de autoria do prefeito ou do governador”, acrescentou.
Por ver falta de isonomia nos critérios da pesquisa, outro pesquisador chegou a prever batalha jurídica. “A pesquisa é questionável sim, pois trata de forma desigual os pré-candidatos”, afirmou. O estudioso ainda indagou sobre como o instituto relacionou partidos a pré-candidatos sem nem sequer foram homologados os nomes. “O time não foi escalado, nem sequer entrou em campo, então, como a torcida vai assistir o jogo?”, questionou.
Além da pergunta estimulada, o instituto também relacionou os pré-candidatos com seus respectivos apoiadores em outras duas questões. Uma delas indagava sobre a migração dos votos de Alcides Bernal, em caso de desistência, e outra questionava sobre a rejeição dos pré-candidatos.
Explicações do Ipems
Responsável pelo Ipems, Lauredi Borges Sandi disse que ao relacionar os pré-candidatos com seus apoiadores apenas “aproximou o momento do que está para acontecer”. “Estou traduzindo o que está na mídia”, disse. “É uma questão de metodologia e cada instituto faz a sua”, acrescentou.
Ele ainda fez questão de afastar qualquer indução de intenção de voto do eleitor por meio do questionário do levantamento, no entanto, em alguns momentos acabou admitindo que se sairá melhor na pesquisa quem tiver bons apoiadores. O reconhecimento se deu ao explicar que relacionou os padrinhos aos pré-candidatos por conta do alto número de indecisos. Dessa forma, Lauredi acabou confirmando que alguns sanam a dúvida levando em conta os apoiadores. “Mas não tem como saber para que lados eles vão migrar”, rebateu.
O proprietário do Ipems ainda ressaltou não ter culpa de alguns pré-candidatos não contarem com padrinhos importantes. Como exemplo ele citou Bernal, relacionado na pesquisa com o PP. “O que é o PP?”, questionou Lauredi. “O partido só tem um vereador na Capital, e nem mesmo ele apoia o Bernal”, emendou confirmando que de nada influenciará o apoio do partido ao pré-candidato. “A hora que ele encontrar um nome para apoia-lo, eu coloco”, concluiu o pesquisador.
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