No Dia Internacional do Sono, psiquiatra ressalta benefícios de uma noite bem dormida
O importante é estar atento ao próprio organismo e evitar fatores de distração no quarto
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O importante é estar atento ao próprio organismo e evitar fatores de distração no quarto
Lembrado internacionalmente nesta sexta-feira (16), o sono é um fenômeno fisiológico de sobrevivência do ser humano e que interfere na qualidade de vida da pessoa.
Estudioso do sono nos últimos 20 anos, o psiquiatra José Carlos Rosa Pires de Souza ressaltou que a pessoa é capaz de fazer greve de fome e ficar mais de 30 dias sem comer, mas não ficaria sem dormir mais de três, quatro dias.
Além disso, o psiquiatra destacou que o fenômeno sono é o momento em que a memória se solidifica. “Então, a pessoa que dorme mal tende a ter dificuldade de concentração e memória. Uma coisa está ligada a outra”.
De acordo com o médico, o sono também é responsável em produzir o hormônio do crescimento. “Oitenta e cinco por centro do hormônio do crescimento é produzido durante o sono”, destacou.
Sonho
Doutor Rosa Pires enfocou que quando sonhamos o cérebro consome 16% a mais de oxigênio e glicose. “É um fenômeno altamente ativo, de sobrevivência, de recuperação de memória, de solidificação de memória. E aí, quando a pessoa dorme mal ela tende a ter a imunidade, sistema de defesa baixo, adquire mais facilmente infecções porque a defesa está fraca”.
O psiquiatra foi categórico ao afirmar que quem dorme mal vive menos. “Tem menor expectativa de vida, morre mais cedo e envelhece mais rápido. Então, o sono é um fenômeno de sobrevivência como já disse e de rejuvenescimento. É necessário dormir bem para ter melhor proteção contra as doenças”.
Postura
Entre as orientações para dormir bem, Souza destacou a necessidade de deitar com a coluna reta. “É importante à pessoa dormir com a coluna reta. Se preciso for colocar um travesseiro entre os joelhos, começar a deitar sempre na mesma posição. Se ele vai para um lugar onde a cama é diferente, que durante o dia ele pelo menos deite para reconhecer a cama. Dormir em lugares escuros sem fatores de distração, sem luminosidade”.
Segundo o médico, a temperatura do ambiente também pode prejudicar o sono. “Nesses 20 anos estudando o sono, a gente tem ajudado e aprendido a valorizar o sono. Se você está com sono e fome, durma”, enfocou.
Rosa Pires lembrou que culturalmente a criança está dormindo e a gente acorda para ir almoçar, acorda para mamar. “Então o sono é necessário para o ser humano e mais importante do que a alimentação, isso tem que ficar bem claro”, avaliou.
Pesquisas
De acordo com o psiquiatra, independente da raça, a pessoa precisa dormir. “Cada um tem necessidade diferente da outra. Uns dormem mais, outros menos. A necessidade individual depende de cada um. Há pessoas que precisam de quatro, cinco horas só e já acordam bem disposto. É o dormidor curto. Ou também tem o dormidor longo, que dorme dez, doze horas para estar bem, satisfeito”.
Distúrbio
Rosa Pires destacou que a apneia é um dos 88 distúrbios relacionados ao sono. “Na apneia do sono a pessoa tem sonolência diurna, irritabilidade, falta de concentração e memória, depressão. E, ai durante o sono ele para de respirar dormindo. Ronca e tem vários despertares que ele nem percebe.
Micro despertares. E, durante esse ronco ele interrompe a respiração. Tem também a hipopineia, que é a diminuição da frequência respiratória. Isso é uma doença e que tem tratamento e tem que se cuidar”.
Conselho
Para o médico o melhor conselho para ter uma vida saudável é dormir. “Se quer viver mais, se quer ter menos doença e um sistema imunológico melhor, durma”. E acrescentou: “E quando a gente fala dormir, as pessoas pensam que tem que deitar e dormir uma, duas horas. Não, às vezes um cochilo de 10, 15 minutos, meia hora, já é suficiente para a pessoa se recuperar”.
De acordo com Rosa Pires, 60% dos sul-matogrossenses (incluindo o próprio psiquiatra), dormem depois do almoço. “Funciona para quem não tem problema de sono à noite. Porque se ele tiver problema em dormir à noite, esse soninho de tarde pode comprometer”.
O ideal é que a pessoa observe o seu próprio organismo para saber se poderá tirar o conchilo depois do almoço.
Outro ponto enfocado pelo médico é que sono perdido não se recupera. “O que pode acontecer é a pessoa chegar ao sábado, domingo e falar que vai dormir tudo que não dormiu na semana. Ele vai sim dormir bastante, mas vai prejudicar a noite seguinte. Então quer dizer que não vai recuperar o que passou. Ele pode estar cansado e descansar, mas não vai recuperar o sono perdido”.
O conselho do psiquiatra é que não tenha distrações no quarto, como televisão, computador e que até mesmo o rádio relógio fique com a luz vira ao oposto da cama. “Cama no quarto só para dormir, ou relação sexual. Tem gente que quer comer, estudar na cama, mas não funciona”, finalizou.
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