Mulher compra imóvel de estelionatário e recebe notícia de despejo em Campo Grande
Voluntário ajudava na retirada de janela e Neide (vestido roxo) ainda sem saber para onde ia com a família, depois da ordem de despejo e demolição da casa que comprou de estelionatário.
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Voluntário ajudava na retirada de janela e Neide (vestido roxo) ainda sem saber para onde ia com a família, depois da ordem de despejo e demolição da casa que comprou de estelionatário.
A manicure Neide da Silva Gama, que está grávida de seis meses, foi surpreendida com uma ordem judicial, no final da tarde dessa quinta-feira, determinando que ela desocupasse o imóvel por ela construído com o esposo, pois os terrenos pertencem a um empresário de Maracaju.
Neide afirma que comprou dois terrenos, localizados na Avenida Graciliano Ramos, no bairro Aero Rancho, por R$ 5 mil, de um homem que se apresentou como jornalista e que se chama Valfrido Guimarães Gama. Segundo ela, o homem disse que os imóveis eram de uma massa falida da empresa Eldorado e que quando fossem regularizados na prefeitura seriam considerados como usucapião (direito que um cidadão adquire relativo à posse de um bem móvel ou imóvel, em decorrência do uso deste bem por um determinado tempo).
Como moravam de aluguel no mesmo baiuro, Neide e o esposo Alex Sandro Porto viram a chance de ter sua própria casa e compraram os terrenos de Valfrido. O casal construiu uma casa com três cômodos e um banheiro. No outro terreno já estavam erguendo mais peças.
Neide relata que recebeu das mãos de Valfrido um documento como “escritura particular declaratória de posse de imóvel urbano”, porém só agora que percebeu não ter reconhecimento de firma em cartório. “A gente não conhece de lei, mal sabe ler e escrever. Caímos no golpe por falta de entendimento das coisas”, diz a manicure.
A manicure revela que no ano passado recebeu uma notificação extrajudicial para desocupação. Como não sabia direito o que significava foi orientada pelo próprio Valfrido a procurar um advogado, que Neide disse que se chama Ricardo Pêgolo. “Levei o papel lá e io advogado disse que era conversa. Que eu podia continuar morando e construindo. SE eu soubesse que isto aqui tinha dono nem tinha comprado. Pior ainda construído e jogado todo este dinheiro sofrido fora”, relata. De acordo com ela, o casal investiu aproximadamente R$ 15 mil com material de construção e mão de obra.
Tanto Neide quanto o esposo Alex Sandro estão desempregados. Ela faz bico como manicure para arcar com despesas da casa. Além diso, está grávida e já não consegue mais emprego nesse período. “Como uma pessoa dessa (Valfrido) faz isso com uma familia? Só pode não ter coração”, disse emocionada já no início da noite dessa quinta sem saber para onde levar os móveis da casa. Enquanto Neide conversava com a reportagem, voluntário trabalhavam para retirar pprtas e janelas para que não virassem entulho no momento da demolição.
No final da tarde dessa quinta um oficial de Justiça chegou ao imóvel com ordem de desocupação. Além disso, o advogado do proprietário que se apresentou como Gustawo Toelentino, foi para acompanhar a saída da família e ainda processo de demolição com o uso de pá carregadeira e auxílio de caminhão.
De acordo com o advogado do proprietário, a Justiça concedeu o direito de reintegração de posse há uma semana, mas por conta de procedimentos burocráticos somente agora saiu a decisão favorável ao dono. O pedido foi feito no início desse ano.
Enquanto a família, parentes e amigos pensam numa solução para abrigar Neide, o marido e o filho de apenas 2 anos, representantes do proprietário esperavam para dar a ordem demolição da casa.
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