Moradores denunciam que casas populares estão desabando antes mesmo da entrega

A previsão de entregas das casas em Rio Brilhante era no final de setembro e começo de outubro. Agora, uma parte ficou para fim de novembro.

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A previsão de entregas das casas em Rio Brilhante era no final de setembro e começo de outubro. Agora, uma parte ficou para fim de novembro.

Moradores da cidade de Rio Brilhante – distante a 160 km de Campo Grande, denunciam que casas populares que deveriam ter sido entregues no final de setembro e começo de outubro estão desmoronando. Inacabadas, não há placas nas construções indicando o nome da empresa ou engenheiros responsáveis.

Segundo uma moradora da cidade que pediu para não ser identificada, as casas populares estão caindo, antes mesmo de serem concluídas. “São cerca de 200 casas. Metade delas deveria ter sido entregue até o mês de outubro, mas não foram. Nós estamos aguardando há anos esse projeto e agora vemos nosso dinheiro público jogado fora. É um absurdo”, afirmou.

Outro morador, identificado apenas como João, disse que no programa Pró-Moradia XII tem pelo menos umas cem casas caindo e a obra está abandonada. João denunciou ainda que no bairro Manoel das Neves, outras 60 estão com problemas de estrutura.

O engenheiro José Roberto, da empreiteira Engepar, que também constrói casas populares na cidade, confirmou os problemas. “As obras não são nossas e não tem como saber de que empreiteira são, porque estão sem placas. A informação é que eram para ser entregues no começo de setembro. Quando chegamos na cidade, em julho, elas já estavam abandonadas. mas só de olhar a gente vê que falta serviço para serem concluídos. É visível”, declarou.

A reportagem tentou entrar em contato com o prefeito Donato Lopes da Silva (PSDB), mas não obteve resposta. O secretário de Habitação e Cidades, Carlos Marun, também não foi encontrado. A reportagem acionou ainda a Agehab (Agência Estadual de Habitação Popular), que aconselhou a reportagem a procurar a empresa Pró-Vida – responsável pelo empreendimento – ou a CEF (Caixa Econômica Federal).

A Pró-vida – que é uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público)- foi acionada e o responsável pelo contrato com o Ministério das Cidades, Marcelo Barbosa, explicou que houve vários problemas que levaram ao atraso das obras, sendo o principal deles a falta de mão-de-obra. “Não houve desvio, má-gestão. Somente atraso. Mas tudo está justificado e o engenheiro da Caixa está acompanhando as obras”, declarou Barbosa.

Questionado sobre o desmoronamento, ele rebateu alegando que os blocos de concreto foram derrubados devido a vandalismo e garantiu que até o fim de novembro, 200 casas que estão em fase de finalização serão entregues e até março as últimas 100 já estarão prontas.

Já a Caixa informou por meio de nota que os engenheiros da CEF que acompanham as obras já levantaram os danos e os reparos estão sendo providenciados. A CEF corroborou a versão da depredação das unidades habitacionais, mas na delegacia civil de Rio Brilhante, não foi possível confirmar com o delegado titular Igor Mendes Ferreira de Faria a existência de registro de boletim de ocorrência.

A Caixa informou ainda que qualquer cidadão que se sinta prejudicado pode registrar denúncia por meio do telefone 0800 725 7474, no horário das 08h às 18h de segunda à sexta-feira, horário de Brasília. Para os clientes com deficiência auditiva, há um atendimento especializado pelo número 0800 726 2492.

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