Mesmo com mudança, poupança ainda é melhor opção dos pequenos investidores

Pessoas que aplicam até R$ 50 mil ainda podem se beneficiar, mesmo depois de baixa da taxa Selic, que permanece em 9%, explica o economista Walter Queiroz

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Pessoas que aplicam até R$ 50 mil ainda podem se beneficiar, mesmo depois de baixa da taxa Selic, que permanece em 9%, explica o economista Walter Queiroz

A alteração nos rendimentos da caderneta de poupança vinculada às variações na taxa Selic foram anunciadas na última sexta-feira (4), mas as mudanças na prática só vão fazer a diferença quando a taxa ficar menor ou igual a 8,5%. Atualmente, a Selic está em 9%.

“A previsão de queda da taxa fez com que o Governo Federal ser antecipasse para não perder os grandes investidores para a poupança. Com a mudança futura, o capital dos títulos da dívida pública e renda fixa, que financiam os investimentos do Governo, não ficarão prejudicados, nem o pequeno investidor, que sentirá os benefícios de maneira mais indireta”, explicou o advogado e economista Walter Queiroz.

A redução da taxa Selic, portanto, não causará grandes prejuízos aos investidores de até R$ 50 mil, porque valores acima tem taxas de administração mais altas nos bancos, com menores retornos.

O economista explica que para investidores antigos, o dinheiro aplicado continuará rendendo os mesmos 6,1% ao ano. “Quando a Selic baixar para 8,5%, passará a render 5,95%, uma diferença relativamente pequena”, compara.

Um exemplo: se a taxa Selic mudasse hoje para 8,5% de juros ao ano, as cadernetas antigas renderiam 0,54% de juros, e as novas renderiam 0,52%, ou seja, uma aplicação de R$ 10 mil feira antes da sexta-feira na poupança renderia, ao final de um mês, R$ 54. Já o mesmo dinheiro aplicada na sexta-feira em diante renderia R$ 52, ou seja, uma diferença de R$ 2.

“Porém, a expectativa do mercado é de que a Selic caia a 8,5% ao ano já na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), marcada para o fim de maio”, complementa o economista.

Durante o anúncio de mudanças, feito pelo Ministro da Fazenda Guido Mantega, também foi dada a garantia de que não haverá mudanças no crédito habitacional, já que boa parte dos valores dos empréstimos vem da caderneta poupança.

Há atualmente cerca de 100 milhões de cadernetas de poupança no Brasil, com aplicações acima de R$ 430 bilhões.

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