Mensalão: oposição pede a PGR que investigue Lula
Os presidentes do PPS, deputado Roberto Freire (SP), do PSDB, Alberto Goldman (SP), e do DEM, senador José Agripino Maia (RN), ingressam, na próxima terça-feira (06), com representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) para que seja aberta uma investigação para apurar a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no esquema do mensalão. Segundo […]
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Os presidentes do PPS, deputado Roberto Freire (SP), do PSDB, Alberto Goldman (SP), e do DEM, senador José Agripino Maia (RN), ingressam, na próxima terça-feira (06), com representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) para que seja aberta uma investigação para apurar a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no esquema do mensalão.
Segundo a representação, Lula poderia estar por trás de toda a “engrenagem criminosa” do mensalão. Os partidos de oposição alegam que o ex-presidente tinha “íntima” relação com o então ministro José Dirceu e defendem o raciocínio da teoria do domínio do fato, que foi utilizada no caso de Dirceu.
Beneficiário maior
“Lula foi o principal beneficiário do esquema do mensalão; teria sido seu mandante também? Esta é uma pergunta que todos os brasileiros se fazem e que precisa de resposta”, disse Freire ao explicar por que propõe a representação.
Ele explicou que desde as revelações do publicitário Marcos Valério à Veja os oposicionistas queriam propor a representação, mas não queriam correr o risco de atrapalhar o julgamento. Nesta quarta-feira (01) também foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo que o operador do esquema prestou depoimento ao Ministério Público, no mês de setembro, citando Lula e o ex-ministro Antônio Palocci no esquema do mensalão. Revelou ainda que fez outras remessas de dinheiro ao exterior. Temendo ter o mesmo destino do prefeito petista Celso Daniel, assassinado em 2002, Valério pede para ser incluído no programa de proteção à testemunha.
Os representantes dos partidos afirmam que o Supremo Tribunal Federal descartou a participação de Lula no esquema, mas, frisam, apareceram fatos novos no curso do julgamento.
O documento a ser entrega à PGR cita reportagem de capa da revista Veja, na qual pessoas ligadas a Valério envolvem Lula no esquema. Essas revelações são um fato novo que, na avaliação dos partidos que propõem a representação, requer nova investigação. “O representado (Lula) seria o verdadeiro chefe de todo o esquema criminoso que ficou conhecido como mensalão”.
Segredos
Vários trechos da matéria da revista são citados. Um deles diz que “os segredos de Valério, se revelados, põem o ex-presidente Lula no epicentro do escândalo do mensalão. Sim, no comando das operações”.
A revista informa, ainda, que o próprio Lula se empenhava na obtenção de dinheiro para a engrenagem do esquema. Outra informação de Veja é que Valério teria afirmado que “Lula comandava tudo” e que o operador dos pagamentos não passava de “boy de luxo”. “Lula era o chefe”, teria desabafado Valério a pessoas próximas.
No documento, os partidos alegam que pode ser que as afirmações da revista sejam meras especulações, mas elas também podem não ser. Esse “indício” merece ser investigado, ponderam os partidos de oposição.
Testemunha
A representação coloca a possibilidade de o próprio empresário mineiro ser testemunha da participação de Lula no mensalão. “Se a reportagem estiver retratando a realidade, é bem possível que Marcos Valério esteja disposto a contar tudo o que sabe, “inclusive indicando os caminhos para a obtenção de provas que sejam suficientes para a propositura de uma ação penal contra o representado”.
O memorial de defesa de Marcos Valério entregue aos ministros do STF não chega a imputar responsabilidade a Lula, mas sugere que ele esteve envolvido em todo o esquema. “A própria defesa de Marcos Valério traz elementos que colocam em dúvida a frase que reiteradamente foi repetida pelo representado, no sentido de que ele ‘não sabia de nada’”.
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