Lula viaja no tempo e lembra de eleição “com caninha” em 82
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajou no tempo na noite deste domingo. Em comício em Diadema, voltou ao passado e lembrou da primeira eleição municipal vencida pelo então novato Partido dos Trabalhadores, justamente na cidade do ABCD Paulista. Recordou de tempos que, descreveu em 10 minutos de discurso, o processo eleitoral era bastante […]
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajou no tempo na noite deste domingo. Em comício em Diadema, voltou ao passado e lembrou da primeira eleição municipal vencida pelo então novato Partido dos Trabalhadores, justamente na cidade do ABCD Paulista. Recordou de tempos que, descreveu em 10 minutos de discurso, o processo eleitoral era bastante diferente. Sem assessores, sem marketing e com improviso e espontaneidade. “A campanha era tomando café, caninha, cerveja de casa em casa”, falou para a militância petista
Em Diadema, Lula levou seu apoio a Mário Reali, que concorre à reeleição pelo PT. Reali tem na chapa Gílson Menezes, hoje pelo PSB, mas eleito no ABCD Paulista pelo PT em 1982 – ele também foi prefeito entre 1997 e 2000, já com os socialistas. Foi justamente dos tempos em que dividiu campanha com Gílson que o ex-presidente falou. Ainda em tom emocionado, Lula recordou de batalha recente na ordem pessoal e fez comparação forte com rivais.
“Queria dizer a vocês da emoção que tenho de estar encerrando essa semana no comício em Diadema. No dia 27 de outubro do ano passado, no meu aniversário, descobri um câncer na garganta e o medo que tive era que (…) poderia estar impedido de falar se perdesse as cordas vocais. (…) Fiz um tratamento muito intenso e hoje estou aqui falando com vocês, com garrafinha de água, porque tenho que tomar toda hora e a garganta está inchada. O câncer está derrotado como derrotados estarão os adversários”, afirmou.
Na sequência, o ex-presidente enumerou fatos marcantes de seu envolvimento com as eleições municipais da época e também da chegada a São Paulo. “Vim aqui em Diadema em 1969 entregar panfleto na porta de fábrica e fazer discurso. Naquele tempo, não tomava água e tinha muita saúde, então eu tomava às vezes a água que o passarinho não bebe, porque fazer discurso às 5 da manhã não era fácil”, divertiu-se, com mais menções a seu apreço pela bebida.
“Naquele tempo não tinha palanque. A campanha era tomando café, caninha ou uma cerveja de casa em casa. (Diadema) foi a primeira cidade que elegemos prefeito, com Gilson, que tinha o saudoso Juraci como vice-prefeito. Desde 82 fizemos uma revolução e Diadema passou a ser vista como uma cidade que orgulha o povo que mora aqui em São Paulo. Não é mais a cidade da vergonha. Hoje a pessoa pode tirar o documento e falar orgulhosamente. ‘Nasci, trabalho, moro e estudo em Diadema’”.
Lula ainda atrelou o que definiu “crescimento e desenvolvimento” da cidade com auxílio federal durante sua passagem pela presidência, de 2003 a 2010. “Quem imaginava que Diadema fosse ter universidade com 2 mil alunos e o prefeito reivindicando faculdade de medicina? Quem poderia dizer que Diadema se orgulha de ser a cidade com menor criminalidade no ABC?”, questionou sobre iniciativas nacionais para a educação.
Por fim, o ex-presidente deu dicas de quem participou de forma direta em cinco eleições para presidente: “o vereador que quiser se eleger precisa compreender que não vai ganhar a eleição trazendo pirulito no comício. A partir de amanhã, é colocar um sapato de sola grossa e andar em cada rua, em porta de cada fábrica, visitar escolas e falar com as pessoas”.
O comício também teve um momento rápido e tenso quando dois manifestantes ergueram faixas de protesto cujos principais dizeres eram “mensalão em Diadema não” e “Lula, cadê o Maluf”, em relação ao apoio do PP, de Paulo Maluf, a Fernando Haddad, petista, na capital.
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