IstoÉ destaca sumiço de gravações que sustentavam denúncias contra Giroto
Esquema envolveria o deputado federal Edson Giroto (PMDB) e o filho do governador André Puccinelli (PMDB)
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Esquema envolveria o deputado federal Edson Giroto (PMDB) e o filho do governador André Puccinelli (PMDB)
Desde o desaparecimento das gravações que sustentavam ação no STF (Supremo Tribunal Federal) contra o deputado federal Edson Giroto (PMDB) e André Júnior – filho do governador André Puccinelli (PMDB) –, o órgão tem buscado maneiras de dar continuidade às investigações que ficaram comprometidas com o sumiço das fitas.
O caso se arrasta desde as eleições de 2006, quando grampos telefônicos apontaram a possível participação do governador de Mato Grosso do Sul, seu filho e assessores na articulação de uma estratégia para imputar falsamente a acusação de crime eleitoral ao então candidato a deputado estadual Semy Ferraz (PT).
A denúncia foi feita pelo MPF (Ministério Público Federal) e tramitava no STF há cinco anos. As gravações foram feitas Polícia Federal durante a Operação Vintém e revelavam diálogos de Puccinelli Júnior com Edson Giroto e assessores. Nas conversas, eles comentavam sobre uma falsa lista de eleitores que supostamente seria utilizada para prejudicar o candidato petista.
Em setembro do ano passado, o MPF requereu, com base nas gravações, a condenação de cinco pessoas por denunciação caluniosa. Entre elas estavam o hoje pré-candidato a prefeito de Campo Grande, Edson Giroto, e o filho do governador. O esquema teria sido orquestrado pelo então candidato André Puccinelli e visava neutralizar Semy Ferraz, um dos maiores críticos do chefe do Executivo estadual durante a campanha.
Após cinco anos no STF, a ministra Cármen Lúcia verificou que os áudios que sustentavam a denúncia do Ministério Público Federal haviam desaparecido. As gravações teriam sido substituídas por DVDs vazios. No dia 19 de outubro de 2011, Cármen Lúcia solicitou cópias dos diálogos e determinou a apuração dos culpados pelo extravio das provas.
Desde então, a continuidade das investigações foram inviabilizadas já que, antes de julgar o caso, o STF precisa atestar a autenticidade dos grampos telefônicos. As circunstâncias do desaparecimento das fitas até hoje não foram esclarecidas. O caso foi retomado pela imprensa nacional na última semana.
Imprensa nacional relembra o caso
A revista IstoÉ traz em seu site que “o sumiço das fitas revelou falha na condução do caso pelo próprio STF, que não tinha feito cópias de segurança das gravações e não sabia sequer informar se as originais haviam de fato chegado ao Supremo”, descreve trecho de reportagem veiculada na última sexta-feira (30). “Pode ter sumido em qualquer lugar. Mas alguém recebeu a mídia vazia e fez de conta que não viu”, comentou um alto funcionário do Supremo em entrevista ao semanário.
Entre as provas que desapareceram do STF estão dois dos cinco DVDs que embasam a ação contra o grupo político liderado por André Puccinelli. Esses áudios, segundo o petista, seriam os mais comprometedores. “Todo mundo ficou perplexo com isso. Como parte na ação, eu tive acesso a tudo no início das investigações e não entendo como uma prova tão importante não chegou ao STF”, afirmou Semy Ferraz à IstoÉ.
As gravações originais estariam em poder do delegado que deu início ao inquérito. Os advogados do petista impetraram no Supremo Tribunal Federal uma petição sugerindo ao órgão que solicite à Polícia Federal os áudios originais.
Impedimento ético
Durante o processo de escolha de Edson Giroto como pré-candidato a prefeito de Campo Grande pelo PMDB, o deputado estadual Marquinhos Trad, do mesmo partido, adiantou que não apoiaria o deputado federal na campanha por ver “impedimento ético” na candidatura do colega de legenda.
À época, o parlamentar argumentou que “pela gravidade desta denúncia e pela livre vontade de tentar prejudicar um ser humano” não iria pedir votos para o pré-candidato peemedebista.
Depois de sacramentada a definição de Edson Giroto na disputa pela sucessão de Nelsinho Trad (PMDB), Marquinhos cumpriu a palavra e hoje trabalha para tentar viabilizar pré-candidatura do ex-suplente de senador Antonio João Hugo Rodrigues (PSD). Caso o empresário não participe da disputa, o deputado garantiu que apoiará Reinaldo Azambuja (PSDB).
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