Hospedagens de funcionários de candidato a prefeito de Ponta Porã estão em nome da prefeitura
Documentos apontam que hospedagem de funcionários do candidato tucano de Ponta Porã, Hélio Pelufo, aparecem em nome da prefeitura da cidade ns
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Documentos apontam que hospedagem de funcionários do candidato tucano de Ponta Porã, Hélio Pelufo, aparecem em nome da prefeitura da cidade
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Uma lista com nomes de funcionários e suas diárias de hospedagem registradas em nome da prefeitura de Ponta Porã, aponta que dinheiro público está sendo utilizado na campanha de Hélio Pelufo (PSDB). Ao contrário do que alegou o próprio candidato, pelo menos 13 funcionários da campanha são favorecidos pela medida. Notas fiscais emitidas pela prefeitura contabilizam mais de R$ 15 mil em pagamentos.
O Midiamax teve acesso a extratos de hospedagem emitidos pelo hotel Barcelona, nos quais aparecem entre outros funcionários da campanha de Hélio, o nome de Denilson Pinto, do coordenador do programa de TV, Miguel Angelo da Silva e a apresentadora do programa eleitoral, Juliana Cristina Ferreira. Todos os registros são para a empresa Prefeitura Municipal de Ponta Porã.
Do dia seis de julho ao dia 27 de agosto, as hospedagens em nome de Denilson somam R$ 6.875, que com descontos ficaram em R$ 4.240,00. Já as de Miguel Angelo, que datam do dia 27 de julho ao dia 27 de agosto ficaram em R$ 2.400,00. A apresentadora Juliana Cristina gastou entre os dias 23 de julho a 27 de agosto, R$ 2.880,00.
A relação em nome da Prefeitura traz ainda o nome dos funcionários Thalita Nogueira, Eduardo Lincoln, Edmar Ramires, Orlando Venezuela, Luciana Lems, Emerson Bras, Dalmo de Oliveira, Thiago Fraga, Mateus Benites, Carlos W. Fonseca, todos indicados como sendo da “Produtora”.
De acordo com o documento, as diárias foram autorizadas pela secretária do prefeito, Edna Maria Carminati. A reportagem entrou em contato com Edna, que negou autorizar qualquer diária para a produtora, em nome da prefeitura. Segundo a secretária, como ela conhece as pessoas do hotel e trabalha na campanha no período da tarde, ela apenas fazia um favor de ligar para saber se havia vagas, sendo que seu nome era utilizado somente como referência para confirmação de hospedagem.
“Quando é da prefeitura sim, sou eu que autorizo. No caso da produtora eu liguei apenas pra fazer um favor, porque eu conheço todo mundo no hotel. Todas as hospedagens do pessoal da campanha estão em nome do Hélio. Eu liguei apenas pra saber se tinha vagas, não para fazer nada em nome da prefeitura. Então como foi eu que liguei, eles anotaram como referência Edna da prefeitura”, afirmou Edna.
Ela mencionou uma nota de pagamento feita em junho, no valor de R$ 15 mil pela prefeitura, e disse que o valor era referente a hospedagem de prestadores de serviços e pessoal do Governo. “Tanto não era da produtora, que não tem nome, nem faz referência a ninguém da campanha”, explicou. Questionada se haveria outras dessas notas fiscais Edna declarou não ter ciência, uma vez que os pagamentos são feitos por meio da secretaria municipal de finanças.
Um das proprietárias do hotel, Maria Elisa Neves, disse que a sócia majoritária está viajando e se restringiu a informar que tudo o que foi solicitado pela PF foi entregue. “Houve solicitação de alguns documentos e a justiça eleitoral obteve tudo o que nos foi pedido. Sobre o caso não sei informar,” destacou.
A reportagem tentou entrar em contato com o prefeito Flávio Kayatt (PSDB), mas não obteve resposta. Já Hélio atribuiu a investigação à politicagem e declarou que é fazendeiro e produtor e não precisa do dinheiro da prefeitura, nem de ninguém.
Caso
Na sexta-feira (28) pela manhã, servidores da Justiça Eleitoral acompanhados de Policiais Federais, cumpriram quatro mandados de busca e apreensão em Ponta Porã. Eles estiveram simultaneamente na Secretaria Municipal de Finanças, na sede da empresa de comunicação que faz a campanha do candidato Hélio Pelufo e em dois hotéis da cidade, onde as equipes de comunicação estão hospedadas.
Segundo informação da Polícia Federal, nos locais foram apreendidos vários documentos e computadores. A juíza responsável pela investigação, Liliana de Oliveira Monteiro, informou que o caso corre sob segredo de Justiça e não entrou e detalhes sobre o motivo dos mandados. A magistrada deixou claro ainda que somente após as eleições, dados sobre a investigação serão abertos.
Extraoficialmente, a informação que corre na cidade é de que o prefeito Flávio Kayatt (PSDB) estaria custeando a hospedagem e alimentação dos funcionários da campanha de Hélio com dinheiro da prefeitura e que o montante giraria em torno dos R$ 100 mil.
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