Fugir do consignado ainda é a melhor alternativa, garante economista

Controlar o impulso e não entrar nos consignados ainda é a principal orientação para quem deseja manter as finanças em dias e evitar acúmulos de dívidas. Para o economista Hudson Garcia, quando uma opta por esta modalidade de financiamento, geralmente é para substituir uma dívida cara por uma relativamente mais barata. “O consignado é um […]

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Controlar o impulso e não entrar nos consignados ainda é a principal orientação para quem deseja manter as finanças em dias e evitar acúmulos de dívidas.

Para o economista Hudson Garcia, quando uma opta por esta modalidade de financiamento, geralmente é para substituir uma dívida cara por uma relativamente mais barata. “O consignado é um dinheiro que deveria ser evitado, porque é um dinheiro que você paga por eles”, explicou.

Garcia ressaltou que importante fazer um planejamento sobre as razões de estar pegando o dinheiro. “Isso porque teoricamente ele terá que te trazer prejuízo. Você terá que trabalhar mais para conseguir pagar o valor daquela prestação. Para evitar isso é controle, principalmente da ansiedade, porque hoje a gente vive no consumismo, vive no apelo para o consumismo muito grande”.

O economista exemplificou que dentro do apelo ao consumismo a tecnologia impulsiona para a compra. “Queremos o produto no imediato. Uma televisão com mais tecnologia, quer um tablet, quer um notebook, mas se você juntar todas as funções destes eletroeletrônicos, um notebook poderia fazer, ou um celular poderia fazer, sem a necessidade do tablete. É que o apelo é muito grande. Então a primeira coisa é se conscientizar: eu preciso daquele bem para aquele momento? E o que vai agregar a minha vida? Tudo isso influencia na hora em que a pessoa vai comprar”, orientou.

Além do controle e do planejamento, Garcia enfocou a necessidade de fazer o dinheiro trabalhar para a pessoa. Optar por um bem que atenda as necessidades e que o valor seja menor para poupar a diferença é a principal dica.

Dívidas

Quando a pessoa não teve opção e já precisa do consignado, é fundamental que seja verificado o montante de que vai precisar. “Porque se, por exemplo, ela estiver no cheque especial compensa o consignado. Se ela tem um crédito pessoal o consignado vai compensar dependendo da taxa que será praticada. Mas geralmente é melhor do que de um empréstimo pessoal.
E a procurar não buscar um dinheiro a mais, sempre se concentrar no que realmente ela precisa, porque isso influencia na prestação”.

O economista enfatizou que as prestações do consignados serão um gasto a mais que a pessoa terá no mês posterior.

Tempo

O alerta sobre os valores das parcelas também cabe em relação ao tempo que a pessoa levará pagando. “É importante que no momento em que você vai decidir qual o período, porque hoje existe esta modalidade e a pessoa pode optar por 24, 36 vezes, tem que verificar que quanto maior o tempo, maior os encargos que você vai pagar. Quanto menor, mais rápido você se livra da dívida”.

Outro ponto é verificar se os valores das prestações entram no orçamento doméstico. “Dentro da composição do orçamento doméstico, eu sempre digo para as pessoas que elas tem que poupar algo, alguma coisa. De 10 a 30%, isso dentro da composição do orçamento doméstico. É difícil porque o consumismo é muito grande, mas é uma prática que pode ser tentada. Eu acredito que esta prestação não pode ser superior a 20% do orçamento familiar total, não pode ser. Porque a pessoa já tem o comprometimento com água, luz, despesas fixas que você não pode abrir mão”.

Quanto menor o comprometimento dentro do seu orçamento melhor. “Se o prazo é muito grande, e é óbvio que aí estamos falando de funcionário público, a gente corre risco de mudanças na economia e que pode ter reflexo dentro do salário, ou o fato de estar em uma categoria que ficou muito tempo sem reajuste salarial e aí o seu poder de compra diminui à medida que os anos passam. Aí, aquela prestação que consumia 10% passa a consumir mais”, reafirmou o economista.

Economia

Os funcionários públicos, para ter reajuste, precisam fazer movimentos e ficam dois, três, até quatro anos sem reajuste salarial. “Quando eu faço programação de uma dívida eu preciso contar com isso”, destacou.

O economista enfocou que se não há previsão de reajuste no salário, a pessoa deve avaliar o impacto das prestações na renda. “Tudo isso porque você está assumindo um comprometimento e a partir daí a pessoa passa a ser devedor. Assumiu o compromisso, ciente de que assumiu isso”.

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