Fórum Social Temático vai discutir crise financeira e preparação para a Rio+20
A mobilização por “um outro mundo possível” será retomada a partir de terça-feira (24), em Porto Alegre, com o início do Fórum Social Temático (FST), ligado ao Fórum Social Mundial. Com o tema Crise Capitalista, Justiça Social e Ambiental, o FST deverá ser uma prévia da Cúpula dos Povos, encontro de movimentos sociais paralelo à […]
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A mobilização por “um outro mundo possível” será retomada a partir de terça-feira (24), em Porto Alegre, com o início do Fórum Social Temático (FST), ligado ao Fórum Social Mundial. Com o tema Crise Capitalista, Justiça Social e Ambiental, o FST deverá ser uma prévia da Cúpula dos Povos, encontro de movimentos sociais paralelo à Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que acontece em junho.
A capital gaúcha, berço do processo do Fórum Social Mundial, deve receber cerca de 30 mil pessoas até o próximo domingo (29), segundo estimativas da organização. Desde 2010, as atividades do FSM acontecem de forma descentralizada nos anos pares e centralizadas em anos ímpares. Além do FST em Porto Alegre, mais 25 eventos devem compor a agenda do fórum em 2012, de acordo com o coordenador do comitê organizador do FST, Mauri Cruz.
“Serão atividades espalhadas pelo mundo, em todos os continentes. E a expectativa é que a edição centralizada de 2013 seja em um país da Europa, que sempre teve participação ativa no processo, mas nunca sediou um fórum”, adiantou.
Organizado por movimentos sociais e organizações da sociedade civil, o FST deverá ser palco de discussões sobre a crise financeira e do atual modelo de desenvolvimento econômico em contraponto a alternativas de crescimento mais sustentável. O foco será a Rio+20, na tentativa de influenciar os resultados da conferência, com a apresentação de propostas alternativas às que serão levadas pelos governos.
“Nossa preocupação é que a chamada economia verde [proposta central da Rio+20] seja apenas um novo rótulo para um mesmo modelo de desenvolvimento, com concentração de riqueza, centrado no consumo, que não distribui renda. Para nós, debater a Rio+20, é debater a crise capitalista”, avaliou Cruz.
Apesar do caráter “não governamental e não partidário” dos eventos ligados ao FSM, definido em sua Carta de Princípios, a reunião também deve atrair políticos. Além do governo estadual, comandado por Tarso Genro, velho conhecido do Fórum, o governo federal terá participação significativa. A presidenta Dilma Rousseff deve ir a Porto Alegre na quinta-feira (26) para um diálogo com a sociedade civil e pelo menos sete ministros do governo estarão em eventos do FST ao longo da semana.
Com cerca de mil atividades em Porto Alegre e em mais três cidades da região metropolitana, a extensa programação do FST inclui debates, oficinas, exposições e apresentações culturais, na maioria atividades autogestionadas, organizadas por movimentos sociais, centrais sindicais e organizações não governamentais. Eclético, o menu inclui desde debates sobre a crise do capitalismo a oficinas de biodança e teatro de bonecos.
Entre os nomes confirmados para o megaevento, estão figuras conhecidas do FSM, como o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos e o jornalista e escritor espanhol Ignacio Ramonet. Também devem marcar presença ativistas que foram protagonistas de movimentos como a Primavera Árabe, as manifestações estudantis chilenas, o Occupy Wall Street e os indignados da Espanha.
O FST começa oficialmente na tarde de terça-feira (24), com a tradicional marcha de abertura, que repetirá o trajeto feito pelas ruas de Porto Alegre em edições anteriores do fórum. A passeata passará pela Avenida Borges de Medeiros e seguirá, num trajeto de cerca de cinco quilômetros, até a Usina do Gasômetro, às margens do Rio Guaíba.
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