A Força Nacional de Segurança que está instalada em Mato Grosso do Sul a cerca de dois anos para reforçar as polícias locais no combate aos crimes como tráfico de drogas e contrabando anunciou ontem (19) que não vai acatar a recomendação do Ministério Público Federal (MPF).

Na quarta-feira (18), o MPF em Corumbá encaminhou Recomendação à Força Nacional de Segurança e às Polícias Federal e Rodoviária Federal para a adoção de critérios nos procedimentos de revista pessoal realizados na região.

O MPF alega que segundo investigações, todos os passageiros dos ônibus de linhas regulares da região estão revistados mesmo sem haver suspeita fundamentada de tráfico de drogas ou armas.

O Ministério Público diz que a busca de indícios da prática de tráfico de drogas deve ser iniciada com meios menos invasivos, como: entrevista prévia, farejamento por cães ou procura através de meios eletrônicos.

Em resposta a solicitação do MPF, policiais da Força Nacional admitiram que questionamentos são feitos somente depois da revista e justificaram: “os traficantes da região se utilizam de todos os meios possíveis para tentar lograr êxito, por este motivo todos os passageiros do coletivo são abordados”.

Na opinião do MPF, acreditar que todas as pessoas que embarcam nos ônibus da região sejam suspeitas de tráfico de cocaína não é razoável, além de configurar “opinião preconceituosa e equivocada em relação à população que reside e trabalha nesta região de fronteira”.

Já a Força Nacional, por meio da assessoria, diz que uma seleção seria uma forma de discriminação. “Não podemos revistar apenas negros e bolivianos, pois aí teríamos um crime: a discriminação”.