Falta de qualificação dificulta preenchimento de vagas em Nova Andradina
A falta de qualificação profissional tem gerado dificuldades no preenchimento das vagas de emprego oferecidas pelas empresas de Nova Andradina. Esta realidade é constatada diariamente através da unidade local do Centro Integrado de Assistência ao Trabalhador (Ciat), que permanece com seu mural repleto de anúncios com opções de emprego para vários setores. Segundo a gerente […]
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A falta de qualificação profissional tem gerado dificuldades no preenchimento das vagas de emprego oferecidas pelas empresas de Nova Andradina. Esta realidade é constatada diariamente através da unidade local do Centro Integrado de Assistência ao Trabalhador (Ciat), que permanece com seu mural repleto de anúncios com opções de emprego para vários setores.
Segundo a gerente do Ciat, Maria Aparecida Valdez, nesta terça-feira (11), aproximadamente 100 oportunidades de emprego estão à disposição da população. Entre as empresas que oferecem maior número de vagas estão o Frigorífico JBS e a Energética Santa Helena, além dos estabelecimentos comerciais que sempre contratam operadores de caixa, vendedores e demais atendentes.
“As empresas não conseguem pessoas qualificadas para completar seu quadro de funcionários. O JBS, por exemplo, precisa com urgência de desossadores, refiladores, magarefes e lombadores. Já a Santa Helena necessita de mecânicos, motoristas e eletricistas de veículos, mas não há profissional capacitado no mercado local”, explica Maria Aparecida.
Nas palavras da gerente, muitas pessoas procuram oportunidades que ofereçam remuneração atraente, porém, não possuem a qualificação profissional exigida pelo empregador. “Se as pessoas não conseguem emprego, a deficiência está na qualificação, uma vez que, há muitas vagas disponíveis”, pontuou Maria.
A responsável pelo Ciat afirma ainda que muitas pessoas não demonstram interesse em se capacitar. “Recentemente disponibilizamos 150 vagas para o Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem) nas modalidades de comércio, administração, joalheria, arte e cultura, mas apenas 80 pessoas se inscreveram, o que gerou a sobra de 70 vagas. Há também o caso de cursos que precisam ser cancelados pela ausência de participantes”, afirmou ela.
O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) de Nova Andradina também enfrenta dificuldades na realização de matrículas para os cursos oferecidos pela instituição. Segundo a coordenadora pedagógica da unidade, Edna Márcia Soncini, apesar das estratégias de divulgação pela internet, jornais e rádios, em 2012 houve o cancelamento de cursos nas áreas de pedreiro, pintor, carpinteiro, operador de caldeira e costureiro industrial devido à baixa procura por parte da população.
A coordenadora explica que, ao longo do ano, foram disponibilizadas 346 vagas através do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), estas 306 matrículas foram efetivadas e houve sobra de 40 vagas.
O Pronatec, que é destinado à pessoas em situação de vulnerabilidade social atendidas pelo Centro de Referência e Assistência Social (Cras), oferece constantemente qualificação nas áreas de eletricista, torneiro mecânico, soldador elétrico, almoxarife, entre outras.
Edna Soncini afirmou que, com relação aos cursos oferecidos para a população em geral, de um total de 997 oportunidades de aprendizado, foram realizadas este ano 937 matrículas para mecânico de sistemas hidráulicos, mecânico de máquinas agrícolas, assistente de produção industrial, técnico em açúcar e álcool e soldador. Cerca de 60 vagas permaneceram ociosas.
Mesmo com a sobra de vagas, a coordenadora do Senai considera positivos os trabalhos desenvolvidos ao longo do ano. “Sabemos que é grande o índice de cursos que precisam ser cancelados pela ausência de turmas, mas se compararmos com os anos de 2010 e 2011 vamos constatar que houve aumento significativo na procura por qualificação. Creio que em 2013, quando as expectativas econômicas para Nova Andradina são bastante positivas, a população vai despertar para a importância de se ter mão-de-obra qualificada”, avalia.
Para Márcia, um dos fatores que desestimula a participação nos cursos é a questão cultural. “Infelizmente muitas pessoas se acomodam onde estão e não adotam perspectiva de crescimento. Elas pensam que podem ficar a vida toda na mesma profissão e parecem não ver outras oportunidades que abrem diante delas. É preciso ter visão de futuro para subir os degraus do sucesso com segurança”, analisou.
Outro ponto elencada pela profissional do Senai é a baixa escolaridade. “Algumas pessoas desejam participar das qualificações, mas não tem a escolaridade exigida para a profissão, o que inviabiliza o procedimento. Muita gente pensa que é possível trabalhar sem estudar, mas já foi o tempo em que isso era possível, pois o mercado de trabalho está cada vez mais exigente”, finalizou a coordenadora.
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