Escândalo envolvendo genro do rei Juan Carlos expõe família real espanhola

A família real espanhola vive nova crise. A ruptura entre o duque de Palma, Iñaki Urdangarin, e seu ex-sócio Diego Torres fez com que o empresário ameaçasse divulgar uma série de e-mails confidenciais que poderiam sujar a reputação do rei Juan Carlos. A confusão é um desdobramento da Operação Babilônia, através da qual as autoridades espanholas descobriram que o Instituto Nóos, presidido por Urdangarin, estava desviando verbas do governo. Coincidentemente, Iñaki Urdangarin é genro de Juan Carlos. Ele é casado com a infanta Cristina, filha mais nova do casal real.

O mar de lama de Diego Torres contra o rei e seu genro começou quando os dois romperam relações com o empresário. Em seu depoimento a respeito da Operação Babilônia e as atividades do Instituto Nóos, Urdangarin atribuiu toda a culpa a Torres. No indiciamento, a mulher de Torres acabou citada enquanto a infanta Cristina, por pertencer a família real, foi ignorada.

Apesar da raiva, o “El País” aponta que o objetivo de Diego Torres não é a vingança, e sim a estabilidade. O empresário sabe que não poderá mais atuar na área após o escândalo e quer uma acordo com Urdangarin para não divulgar informações comprometedoras para a família real. Em troca, receberia uma gorda quantia em dinheiro. Outra ponta da negociação envolve a possível prisão dos dois, já que eles sabem que devolver o dinheiro desviado dos cofres públicos reduziria a punição, evitando até o cárcere.

Mesmo assim, cresce na Espanha o anseio popular pela renúncia do rei Juan Carlos, cujo nome tem aparecido em diversos escândalos. Desgastado, ele daria lugar ao seu filho Felipe de Bourbon, príncipe de Astúrias.