Escândalo derruba líder em ascensão na China
Um dos políticos mais proeminentes da China foi demitido nesta quinta-feira de seu cargo no Partido Comunista, que governa o país. O dado é da agência estatal Xinhua. Bo Xilai, de 62 anos, era líder do Partido em Chongqing, cidade com quase 30 milhões de habitantes. Sua saída do partido ocorre poucos meses antes de […]
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Um dos políticos mais proeminentes da China foi demitido nesta quinta-feira de seu cargo no Partido Comunista, que governa o país. O dado é da agência estatal Xinhua.
Bo Xilai, de 62 anos, era líder do Partido em Chongqing, cidade com quase 30 milhões de habitantes. Sua saída do partido ocorre poucos meses antes de uma grande reformulação na liderança nacional, que culminará na substituição do presidente Hu Jintao e do primeiro-ministro Wen Jiabao.
Para alguns analistas, Bo Xilai – que prega o orgulho no passado maoísta da China – era visto como uma espécie de rival do atual premiê Wen Jiabao, que recentemente defendeu reformas políticas na China.
Apesar da desconfiança do alto escalão atual do partido, Bo era cotado para fazer parte dos novos quadros após a renovação. No entanto, um escândalo envolvendo um aliado próximo, o vice-prefeito de Chongjing, Wang Lijun, derrubou o político. Seu futuro político é incerto, segundo o correspondente da BBC em Pequim Michael Bristow.
Asilo político
No mês passado, Wang Lijun foi às pressas para Chengdu e passou um dia inteiro no prédio do consulado americano, onde teria pedido asilo político aos Estados Unidos. Sem sucesso, ele voltou à Chongqing e agora é alvo de uma investigação.
Na ocasião, a imprensa estatal noticiou que o vice-prefeito estava de férias, para se recuperar de estresse.
A atitude de Wang é vista como uma violação grave do código de disciplina do Partido Comunista, já que há suspeitas de que ele possa ter passado informações sigilosas aos americanos.
Bo Xilai e Wang Lijun eram aliados próximos, e juntos fizeram fama na política chinesa ao combater a máfia chinesa em Chongqing. Na época, Wang Lijun era chefe da polícia da cidade.
Bo Xilai tentou se distanciar do assessor, mas acabou caindo devido ao escândalo. Wang Lijun também foi destituído do cargo de vice-prefeito de Chongqing, segundo a agência estatal chinesa de notícias. “Eu sinto que depositei minha confiança na pessoa errada”, disse o político.
O anúncio da destituição de Bo Xilai acontece um dia depois do final da sessão anual do Parlamento chinês. A ausência do político nos últimos dias da sessão já havia provocado uma série de boatos a respeito do seu futuro.
Rivalidade
Para alguns analistas, Bo Xilai era visto com desconfiança pelos atuais líderes chineses, como o premiê Wen Jiabao.
Na quarta-feira, em uma coletiva de imprensa após a sessão parlamentar, o primeiro-ministro respondeu a uma pergunta sobre o escândalo em Chongqing.
“O atual comitê municipal do partido em Chongqing e o governo municipal precisam refletir seriamente e aprender com o incidente Wang Lijun”, disse Jiabao.
Segundo o correspondente da BBC em Pequim, esse tipo de pronunciamento público sobre um escândalo político é muito raro na China. Menos de 24 horas depois da entrevista, Bo Xilai e Wang Lijun foram demitidos.
Bo Xilai assumiu a liderança do Partido Comunista de Chongqing em 2007 e era visto por muitos como uma figura pública sofisticada e elegante.
Com grandes ambições, ele ficou famoso em toda a China com duas campanhas – uma contra a corrupção e outra para promover o orgulho nacional no passado comunista e maoísta da China.
Esta segunda campanha promoveu concursos de música que fizeram sucesso em toda a China. Nos últimos anos, diversos políticos chineses viajaram à Chongqing para manifestar apoio à iniciativa.
Durante a sessão parlamentar que terminou esta semana, o primeiro-ministro chinês disse ser contra as campanhas “vermelhas”, o que foi visto por muitos como uma crítica a Bo Xilai.
O discurso de Wen Jiabao na sessão final foi cheio de críticas ao passado maoísta chinês. Wen disse que a China precisa implementar reformas políticas no futuro para manter os benefícios econômicos obtidos na última década.
O premiê alertou que, sem reformas, a China correria o risco de “repetir a tragédia da Revolução Cultural”, em referência ao programa ideológico implementado pelo regime de Mao Tsé-tung nos anos 60.
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