Encontro de veteranos marca passeata contra corrupção política

Deputados, vereadores, secretários e outras personalidades veteranas que já representaram o Mato Grosso do Sul se uniram aos jovens e marcharam juntos por um cenário mais honesto na política.

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Deputados, vereadores, secretários e outras personalidades veteranas que já representaram o Mato Grosso do Sul se uniram aos jovens e marcharam juntos por um cenário mais honesto na política.

Entre faixas e bandeiras, cerca de 100 pessoas que representavam a indignação do povo brasileiro foram às ruas de Campo Grande marchar contra a corrupção política no País. Além dos apitos e gritos, o que chamou a atenção foi a sintonia de gerações que se reuniram na avenida Afonso Pena na manhã deste sábado (28).

Deputados, vereadores, secretários e outras personalidades veteranas que já representaram o Mato Grosso do Sul se uniram aos jovens e marcharam juntos por um cenário mais honesto na política. “É muito interessante ver a união da energia dos jovens com a experiência dos mais velhos”, observa o jornalista Eduardo Romero, que em 2008 foi suplente de vereador.

Misturado ao povo, Marcelo Barbosa Martins cumpriu todo o percurso da marcha e ressaltou o papel da sociedade na política. “As grandes mudanças só ocorreram quando o povo foi às ruas se pronunciar, hoje parece que o cidadão perdeu a indignação”, pontuou Marcelo, que foi vereador em Campo Grande de 1983 a 1988.

Apesar de já ter estado do outro lado, Marcelo confessa que abandonou a política por motivo de princípios. “Não me senti a vontade lá dentro, em um ambiente que não queria mudanças”, lembra o ex-vereador.

Quem também já renunciou ao meio foi o ex-secretário da Educação, Aleixo Paraguassu, que marcou presença na manifestação de hoje acompanhado da esposa. Ele se candidatou a deputado estadual na década de 90 e abandonou a gestão como secretário após denunciar desvio de verba da Educação. “Não fui eleito e não quis me candidatar de novo, há outras formas de exercer a cidadania, como estar aqui, por exemplo”, pronunciou.

Para Fausto Matogrosso, que exerceu o cargo de vereador de 1982 a 1988 e foi secretário de Planejamento de 1999 a 2000, a corrupção é o que está apodrecendo o Brasil. Com este ponto de vista, Fausto se juntou aos jovens para exteriorizar sua indignação. “Não estou aqui apoiando o movimento contra a corrupção, eu faço parte dele, faço parte desse grupo revoltado”.

Em contrapartida aos políticos que já cumpriram suas gestões e agora exercem com brilhantismo o papel de cidadãos, o vereador Athayde Nery (PPS) também se uniu ao povo. Segurando uma bandeira do Brasil, ele elogiou a atitude da população e disse que o povo tem que ir para as ruas brigar por uma política mais democrática. “As pessoas confundem política com politicagem”, critica o vereador.

Força jovem

A revolta do estudante Matheus Carneiro de Oliveira, de 18 anos, com a situação da política brasileira foi o ponto de partida para a manifestação de hoje. Junto com um grupo de amigos, ele conseguiu mobilizar cerca de 100 pessoas, que foram às ruas de Campo Grande mostrar a cara e lutar por mais dignidade.

A força dos jovens contou também com os Diretórios de Centros Acadêmicos da Capital, que somaram na manhã deste sábado. “Os estudantes tem que se manifestar junto com a população, queremos que o STF aprove a Ficha Limpa”, disse o presidente do DCE/UCDB, Fernando Luiz C. Oliveira Junior, 20 anos.

Da frente do Paço Municipal, com parada na Praça do Rádio Clube, foram quase duas horas de caminhada pela avenida Afonso Penas até chegar ao monumento do Relógio da Calógeras, onde finalizaram a manifestação. A passeata foi acompanhada por equipes da Agetran e Polícia Militar, que garantiram a segurança dos manifestantes.

Visão de turista

Alheio à corrupção política brasileira, o italiano Ernesto Cochis, 66 anos, está na Capital Morena a passeio e observava de longe, sentado no ponto de táxi da Afonso Pena com a Calógeras, a manifestação de revolta dos anfitriões. Sem entender muita coisa, ele apenas disse que o Brasil é lindo.

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