Empresas do ramo da beleza crescem com a vaidade e renda da população

Empresas do ramo da beleza crescem junto com a vaidade e renda da população

O número de salões abertos no país praticamente dobrou nos últimos anos. Enquanto que em 2005 foram abertos 309.420 salões, em 2010 o número saltou para 550.590, segundo levantamento da Associação Nacional do Comércio de Artigos de Higiene Pessoal e Beleza (Anabel).

Os números revelam outro dado, as pessoas cada vez mais investem na beleza. Com o aumento da renda, cada vez mais as pessoas gastam com elas mesmas. A técnica de enfermagem Eliana Silva, 36 anos, não deixa de ir ao salão. Pelo menos uma vez na semana, ela vai ao centro de beleza fazer escova no cabelo.

“Costumo vim sempre ao salão fazer escova. Faço luzes também. Se for fazer uma média devo gastar, aproximadamente, R$ 100 por mês”, avalia.

Silvani Gomes Espíndola, 33 anos, técnica de enfermagem, conta que não tem dó em gastar para ficar bonita. “Toda semana faço pé, mão, lavo o cabelo. Isso deve custar em torno de uns R$ 300 por mês”.

“Pra ficar bonita, gasto sem dó”, emenda.

Dona de um salão há 15 anos, Margarete Silveira da Silva Nicolai, 50 anos, confirma que o ramo tem crescido e não faltam clientes. “Hoje vemos grandes empresários investindo no setor, isso prova que é um bom negócio. Inclusive, fiquei sabendo que uma rede da cidade vai abrir outra loja no Shopping Campo Grande”.

Segundo a micro empresária, muitos salões têm sido abertos na cidade, e esse crescimento se deve a procura dos clientes. “Vejo que muita gente que não tinha o costume de ir ao salão, agora tem. Cada vez mais pessoas aderem a esse tipo de serviço. Por isso, o ramo tem crescido tanto”.

Crescimento X Valor da Beleza

Pesquisa da Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), realizada com base nas duas últimas Pesquisas de Orçamento Familiar do IBGE, mostra que os gastos mensais das famílias brasileiras com tratamentos de beleza cresceram 44% de janeiro de 2002 a dezembro de 2008, movimentando por mês mais de R$ 1 bilhão.

Segundo a nota da pesquisa, “a preocupação com o visual é algo enraizado na cultura brasileira e, portanto, é natural que o mercado de cabeleireiros apresente um desenvolvimento expressivo durante um período de crescimento econômico”.

Renda familiar

As famílias da classe “B” são as que mais gastam com o serviço – R$ 281 milhões por mês. Na sequência, vêm as classes “D” e “C”, com gastos respectivos de R$ 236,5 milhões e R$ 208,9 milhões. Depois, aparecem as famílias das classes “A” e “E”, que gastam R$ 143,3 milhões e R$ 138,3 milhões por mês. No total, os gastos somados das famílias de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais chegam a R$ 536 milhões – 53% do que é gasto no segmento no país.

Empreendedor Individual

Desde que o Programa Empreendedor Individual começou a funcionar em Mato Grosso do Sul, há dois anos e meio, 2.879 cabeleireiros se formalizaram como empreendedores, o volume representa 8,1% das formalizações gerais. Já manicures, pedicures, esteticistas, maquiadores e depiladores foram 894 formalizações, 2,51% do total.

O número de formalizações contabilizadas pelo Sebrae em Mato Grosso do Sul, vem de encontro às pesquisas nacionais que revelam que o número de empreendedores individuais formalizados no país já somam 1,5 milhão. Desse total, os cabeleireiros ocupam o 2º lugar na lista das principais ocupações, com 7,6% do total de registros – percentual inferior apenas ao de empreendedores ligados ao comércio de vestuário e acessórios (10,5%).

Somados todos os cabeleireiros que aderiram ao programa e os profissionais de atividades de estética e beleza, o número passa de 146 mil empreendedores, correspondendo a quase 10% de todos os registros.