Em gravação de especial, Roberto Carlos se consagra o Rei Divino

O bairro do Divino, perdido em algum lugar da Avenida Brasil, parou o país neste ano e fez a Rede Globo descobrir o poder da classe C. A verdade é que esse é um público que Roberto Carlos já descobriu há muito tempo e que o especial de fim de ano, gravado na noite desta […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

O bairro do Divino, perdido em algum lugar da Avenida Brasil, parou o país neste ano e fez a Rede Globo descobrir o poder da classe C. A verdade é que esse é um público que Roberto Carlos já descobriu há muito tempo e que o especial de fim de ano, gravado na noite desta quarta-feira (21), no Rio de Janeiro, só fez o Rei reencontrá-lo.

Não só o Divino, ao lado de Arlindo Cruz com Meu Lugar mas o Divino da música O Homem. Roberto já conhece esse público, mas parece estar em busca de algo novo. E com seu funk Furdúncio e com Esse Cara Sou Eu – ambas estouradas na parada de sucesso (como antigamente) de Salve Jorge -, novela de Glória Perez, que de quebra contou ao Rei a historia de Morena e Théo e o ajudou a terminar a letra.

Mas Roberto foi além na globalidade de seu show mais noveleiro dos últimos tempos. Tirou da linha do tempo Chayenne, Cida, Rosário, Penha e Socorro e cheio de charme cantou com as Empreguetes Isabelle Drummond, Leandra Leal, Taís Araújo, Titina Medeiros e Cláudia Abreu a musica É Meu, É Meu, É Meu. E foi só dele – e de mais ninguém – o beijo na boca dado por Cláudia Abreu, que arrancou gargalhadas da plateia, para inveja das Curicas, segundo a personagem.

Roberto Carlos rejuvenesce sem deixar de ser clássico. Show aberto com Emoções, depois Como É Grande Meu Amor por Você e um pout-pourri recuperado de um disco ao vivo de 87, com texto de Ronaldo Boscôli (uma homenagem, disse Roberto), incluindo Café da Manhã, Seu Corpo, Os Botões da Blusa, Falando Sério e oCôncavo e o Convexo. Também não faltou Roberto ao violão, com Detalhes e com a inusitada história de um cachorro de infância antes de O Portão.

De volta a Avenida Brasil, veio Seu Jorge rodando nas Curvas da Estrada de Santos e cantando Amiga da Minha Mulher. E se era para ser popular, nada mais óbvio que Michel Teló e seu sucesso mundial Ai, Se Eu Te Pego. Mas antes um momento surpresa: Teló descobriu que queria ser cantor aos 7 anos, cantando uma música em homenagem ao pai, Meu Querido, Meu Velho, Meu Amigo, da safra do início dos anos 80. Ambos se emocionaram com a canção e de onde se esperava nada, saiu o momento mais emotivo da noite. Depois, aí sim, veio o hit de Teló com direito a dança dos dois com as atrizes Paloma Bernardi e Monique Alfradique.

Artista, alias, é coisa que nunca falta aos shows de Roberto Carlos. E desta vez não foi diferente. Fátima Bernardes, Susana Vieira e Sandro Pedroso, Rodrigo Lombardi, Nanda Costa, Arlete Salles, Marcos Caruso, José de Abreu, entre outros, estavam lá para conferir a apresentação do Rei.

Antes de terminar com seu clássico Jesus Cristo e a farta distribuição das rosas, vale a pena dar uma volta pelo cenário carioca das Reflexões (o nome do show). Homenagem ao Rio com Copacabana, o barco que Roberto vê da janela de seu apartamento na Urca, os Arcos da Lapa, o Cristo Redentor e o Teleférico do Complexo do Alemão. Cenário de Salve Jorge, símbolo do Rio de Janeiro dos tempos de favelas pacificadas e de um Roberto Carlos, porque não dizer, cada vez mais popular.

Na TV, no dia 25 de dezembro, o público vai ter mais surpresas que não puderam ser vistas na gravação do show. Roberto vai cruzar a cidade de carro com seus sucessos remixados pelo DJ Meme, teá o camarote invadido pelas Empreguetes e diversas outras homenagens.

Conteúdos relacionados