Dólar fecha em alta de olho no governo e exterior

O dólar retomou a trajetória de alta ante o real nesta quarta-feira, em linha com a valorização da moeda no exterior, após o Federal Reserve (FED, banco central americano) diminuir expectativas de uma nova rodada de estímulos. No fechamento, o dólar subiu 0,37%, para R$ 1,8070 na venda. Na máxima da sessão, a moeda chegou […]

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O dólar retomou a trajetória de alta ante o real nesta quarta-feira, em linha com a valorização da moeda no exterior, após o Federal Reserve (FED, banco central americano) diminuir expectativas de uma nova rodada de estímulos. No fechamento, o dólar subiu 0,37%, para R$ 1,8070 na venda. Na máxima da sessão, a moeda chegou a subir a R$ 1,8250 (+1,37%), mas arrefeceu o movimento ao longo da tarde.

Investidores também seguiram atentos à possibilidade de o governo adotar novas medidas sobre o mercado de câmbio, depois de já ter atuado três vezes desde o início do mês. Segundo o gerente de derivativos de uma corretora paulista, a desaceleração da alta do dólar perto do final da sessão decorreu de operações de “day trade”, que consistem na compra e venda de um mesmo ativo (no caso o dólar) num mesmo dia. “As tesourarias compraram de manhã e início da tarde e venderam depois, querendo embolsar lucros”, afirmou o gerente, pedindo anonimato.

De modo geral, o profissional lembrou que paira no mercado a incerteza sobre as próximas medidas do governo no mercado de câmbio. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem afirmado repetidamente que o governo não vai permitir a apreciação excessiva do real para não prejudicar mais a indústria, setor que tem patinando desde o ano passado.

“Portanto, não há razão para não ficar cauteloso com o real. Parece que o dólar pode oscilar numa faixa entre R$ 1,79 e R$ 1,83 por enquanto na ausência de mais medidas”, afirmou em relatório a equipe de estrategistas para mercados emergentes do banco francês BNP Paribas.

Dados divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira mostraram que o fluxo de dólares ao Brasil seguiu firme na semana passada, mas sustentado totalmente pelas operações comerciais. Houve superávit de US$ 2,642 bilhões na semana passada, com saldo positivo de US$ 5,108 bilhões no acumulado de março até dia 9.

Nesta quarta-feira, o Banco BMG precificou uma emissão de US$ 150 milhões em bônus de cinco anos e duas semanas no exterior, escapando do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 6% para emissões de até cinco anos imposto pelo governo recentemente.

No exterior, o dólar tinha mais uma dia de ampla valorização, ainda repercutindo comentários feitos na véspera pelo FED, que jogaram água fria em esperanças de uma nova rodada de estímulos econômicos, algo que poderia derrubar o dólar em nível global. O euro caía cerca de 0,40%, a US$ 1,3020, enquanto o dólar australiano, de perfil semelhante ao real, cedia cerca de 0,80%, a US$ 1,0447.

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