Dilma apoia Patrus e cutuca Aécio: não saí de Minas pra ir à praia
A presidente da República Dilma Rousseff durante 20 minutos de um comício do candidato à prefeitura de Belo Horizonte pelo PT, Patrus Ananias, atacou o senador Aécio Neves (PSDB-MG), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o candidato à reeleição à Prefeitura de BH, Marcio Lacerda (PSB). A irritação da presidente foi principalmente devido às declarações […]
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A presidente da República Dilma Rousseff durante 20 minutos de um comício do candidato à prefeitura de Belo Horizonte pelo PT, Patrus Ananias, atacou o senador Aécio Neves (PSDB-MG), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o candidato à reeleição à Prefeitura de BH, Marcio Lacerda (PSB).
A irritação da presidente foi principalmente devido às declarações de Aécio que na segunda-feira, durante evento de campanha de Lacerda, disse que acreditava na vitória do candidato do PSB porque “a população (de BH) conhece muito melhor do que qualquer estrangeiro que vem aqui às vésperas da eleição dizer vote nesta ou naquela direção.”
A presidente começou o discurso dizendo que veio até Belo Horizonte “não para falar mal de ninguém” e sim para elogiar Patrus Ananias. Mas em seguida Dilma recordou que nasceu, cresceu, estudou e iniciou a luta contra a Ditadura na capital mineira: “Eu quando saí daqui não saí para passear. Eu não fui passear, não saí para ir à praia, para me divertir. Eu saí daqui porque fui perseguida porque aqui começou, como em todo Brasil um grande, um forte processo de perseguição. Então eu quero dizer para vocês que na minha veia corre o sangue de Minas Gerais”, esbravejou.
Durante o comício na região do Barreiro, Dilma estava acompanhada do vice-presidente Michel Temer e de ministros. Ela discursou a partir de anotações em um papel, segundo ela, para não esquecer tudo que queria falar.
“Vou usar aqui uma frase que o presidente Lula gostava muito de usar: nunca antes na história desse país. Pois bem, nunca antes na história desse estado a política foi tão pequena quanto essa praticada por essas pessoas que me chamam de estrangeira,” disse Dilma ao encerrar a fala para cerca de 5 mil pessoas, segundo o Partido dos Trabalhadores.
Dilma disse ainda que justamente por ser mineira tem o exemplo de ex-presidentes que nasceram em Minas Gerais, mas deixou de fora o ex-presidente Tancredo Neves, avô de Aécio Neves: “Eu aprendi uma coisa importante que os mineiros têm, sempre tiveram, que é ser capaz de lutar pelo seu País. O mineiro é o povo que mora aqui no centro do Brasil por isso, talvez, ele tenha um lugar especial e ele olha para todo o Brasil. Isso vem desde lá Tiradentes e passa pelos presidentes mineiros, o JK e o Itamar (Franco). (…) A mim espanta que eles falem que sou estrangeira, isso só meu causa um profundo desgosto e me faz pensar como o ser humano é capaz de confundir seus interesses pessoais com os interesses do País,” atacou. “(Alguns) Políticos com visão mesquinha da vida acham que podem apagar Belo Horizonte da minha certidão de nascimento, não,” completou.
Royalties e repasse de recursos
A presidente se mostrou ainda mais irritada com o fato do senador Aécio Neves ter declarado recentemente que ela vetou a emenda que permitia aumentar o valor dos royalties de minério pagos pelas mineradoras aos estados contrariando os interesses de Minas Gerais.
“Agora eu queria responder uma outra coisa, a história dos royalties. Se tem uma coisa falsa é fazer o seguinte. Muitas vezes se passam projetos que não têm condições de permanecer, o projeto tem falhas. E aí pode acontecer o seguinte, eu aumentei o royalties e as empresas podem entrar na Justiça e aí anulam e não pagam nenhum. Como eu não quero isso, vetamos e vamos fazer a Lei da Mineração cobrando royalties de minério como se cobra royalties de petróleo”, prometeu.
Dilma também rebateu supostas declarações de que o governo dela e do ex-presidente Lula não repassam verbas para o governo de Minas Gerais. A presidente recordou a moratória decretada por Itamar Franco, quando ele era governador do Estado, em 1999, para dizer que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso “fingia que não via e deixou o governo mineiro às moscas”.
“Eles, esse pessoal da oposição, deram um dinheirinho para o Itamar, vamos dizer R$ 530 milhões, foi um pouco menos, mas vamos ser generosos. Aí chegou o Lula e colocou R$ 3,7 bilhões aqui em Minas Gerais. Assim que o governo federal teve um pouco mais de dinheiro o presidente Lula deu para o governo anterior e para o que hoje está aí (do governador Antonio Anastasia) R$ 3,7 bilhões de financiamentos. Aí em dois anos, sabe quanto que nós colocamos à disposição do governo de Minas Gerais: R$ 9 bilhões”.
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