Desemprego e crise imobiliária são desafios de Obama em seu segundo mandato
Reeleito para o segundo mandato, o presidente norte-americano Barack Obama tem importantes questões à espera de solução. De acordo com analistas políticos, os problemas não são novos e estão na agenda – pelo menos cinco temas são considerados prioritários. O que predomina entre as preocupações é a questão econômica e seus desdobramentos, como o desemprego […]
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Reeleito para o segundo mandato, o presidente norte-americano Barack Obama tem importantes questões à espera de solução. De acordo com analistas políticos, os problemas não são novos e estão na agenda – pelo menos cinco temas são considerados prioritários. O que predomina entre as preocupações é a questão econômica e seus desdobramentos, como o desemprego e a crise imobiliária.
O primeiro item da pauta de desafios de Obama é o enfrentamento da crise econômica. O desemprego caiu, mas permanece elevado, em 7,9%, e a geração de emprego ainda é lenta para absorver os milhões de americanos desempregados ou com subempregos. O crescimento econômico também é lento – 2% no terceiro trimestre.
Há dificuldade de combater os efeitos da crise econômica internacional, pois persistem as limitações no mercado imobiliário, as incertezas sobre a política fiscal do governo em curto prazo e as preocupações com a divisão política em Washington.
Os norte-americanos, porém, tiveram notícias positivas nas últimas semanas –o emprego cresceu, ainda que de maneira modesta, e há uma retomada do Produto Interno Bruto (PIB), mesmo que lenta, sinais de que o mercado imobiliário indica recuperação e a retomada da confiança.
A partir de 1º de janeiro, haverá aumento de impostos e cortes nos gastos do governo que irão afetar praticamente todos os norte-americanos e podem devastar a já fraca economia – a não ser que o Congresso tome alguma medida. Economistas dizem que a combinação de cortes de gastos e aumento de impostos pode levar a economia interna de volta à recessão.
Há ainda a expectativa de que um acordo tire os Estados Unidos do abismo fiscal e aborde o déficit, que neste ano chegou a US$ 1,1 trilhão. Para isso, Obama e o Parlamento terão de lidar com programas sociais em rápida expansão, o orçamento da defesa de US$ 651 bilhões e a estrutura de Imposto de Renda.
Também está em discussão a tensa relação com o Irã e o Oriente Médio. Um dos desafios de Obama é reduzir a presença dos Estados Unidos no Afeganistão, garantir a estabilidade do Iraque, promover a resolução do conflito entre Israel e os palestinos, lutar contra o terrorismo, garantir acesso livre à energia e impedir a proliferação nuclear.
Sob o regime do líder religioso aiatolá Ali Khamenei, o governo iraniano definiu seus interesses nacionais em oposição aos Estados Unidos. Outro fator que Obama deve considerar é a ameaça de um ataque militar de Israel contra a infraestrutura nuclear do Irã – e a promessa iraniana de retaliar. A chave para Obama será lidar com as ambições nucleares do Irã sem recorrer à força militar.
A reforma da saúde foi o grande desafio enfrentando por Obama em seu primeiro mandato. O Medicare, o programa de saúde do governo para norte-americanos com mais de 65 anos e deficientes está ameaçado. Com quase meio século, o programa é considerado uma das conquistas dos democratas, mas sofre com pressões: o crescente aumento dos custos de um sistema de saúde ineficaz e a iminente aposentadoria da geração do baby-boom (número elevado de bebês que nasceram no mesmo período).
O programa de seguro de internação do Medicare deve ficar sem dinheiro em 2024. O programa de consultas médicas e medicamentos com receita deverá crescer de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado para 3,4% do PIB em 2035.
Por fim, Obama tem, mais uma vez, um Congresso dividido, a mesma situação vivida nos últimos quatro anos, em que teve dificuldade para aprovar qualquer legislação mais polêmica. A maioria dos analistas prevê que o Congresso continuará dividido, com os republicanos tendo o controle da Câmara dos Representantes e os democratas mantendo pequena margem de vantagem no Senado.
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