Dengue tipo 4 deixa Dourados em alerta

Secretaria de Saúde pede para população redobrar cuidados e dessa forma ajudar a evitar uma epidemia da doença

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Secretaria de Saúde pede para população redobrar cuidados e dessa forma ajudar a evitar uma epidemia da doença

O CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) e o Departamento de Vigilância em Saúde alertam a população de Dourados sobre o risco da entrada da dengue tipo 4 e intensificam as ações de prevenções e bloqueio para evitar uma epidemia provocada pelo novo sorotipo da doença.
 
O objetivo das ações da saúde pública, aliada ao apoio da população, é quebrar o ciclo de infestação do mosquito Aedes aegypti. Dourados, como qualquer cidade do Brasil, corre risco de epidemia, já que o vírus tipo 4 não circula no Brasil há pelo menos 20 anos, o que deixou a população vulnerável à doença.
 
As primeiras notificações de dengue 4 começaram a aparecer no ano passado em outros estados. Em Mato Grosso do Sul as duas primeiras confirmações ocorreram semana passada em Campo Grande.
 
Em Dourados não há ainda caso desse tipo de dengue e no geral a doença está controlada, com seis casos de dengue tipo I confirmados em 2012.
 
De acordo com a coordenadora do CCZ, Rosana Alexandre da Silva, quando são notificados casos de dengue ou pessoas com sintomas as equipes vão até o bairro para fazer o bloqueio com inseticida. Também verificam a presença de larvas em depósitos de água parada e fazem e eliminação.
 
Outra forma de controle, segundo o diretor de Vigilância em Saúde Eduardo Arteiro Marcondes, é feita diariamente pelas equipes de educação em saúde, através de ações educativas em pontos de entrada e saída de Dourados, como o terminal rodoviário, aeroporto e empresas com fluxo diário de caminhões e carretas.
 
O objetivo é informar às pessoas que chegam à cidade sobre a necessidade de procurar ajuda médica imediatamente em caso de sintomas da dengue. “Dessa forma podemos iniciar o tratamento em caso de resultado positivo e evitar a contaminação de outras pessoas, além de fazer o bloqueio à doença nos locais onde esses visitantes vão permanecer temporariamente”, afirmou Marcondes.
 
A prefeitura também intensificou os mutirões nos bairros, envolvendo agentes de endemias e outros profissionais da saúde, com objetivo de informar a população sobre a necessidade de evitar depósitos de água parada. Os agentes entram na propriedade para verificar a existência de larvas ou criadouros e fazer a eliminação.
 
Rigor

Em casos críticos o morador é notificado para providenciar a limpeza do imóvel. Construções e terrenos baldios também são fiscalizados. Moradores que descumprirem as normas estão sujeitos à multa que varia de R$ 500 a R$ 900, com base na Lei da Dengue. O proprietário de terreno baldio que for notificado e não fizer a limpeza terá de pagar pelo serviço executado pela prefeitura e ainda é multado.
 
Uma parceria entre as secretarias de Meio Ambiente e de Saúde vai tornar mais rigorosa a punição a quem não tomar cuidados para evitar a proliferação da dengue. “Se ficar comprovando que o mosquito da dengue apareceu no local por problema ambiental, a punição será mais ainda rigorosa”, afirma Marcondes.
 
Reforço

Para intensificar os trabalhos de prevenção à dengue, a Secretaria Municipal de Saúde chamou no início deste mês mais dez pessoas que passaram em concurso público para ocupar cargos de agentes de endemias e integrar as equipes que atuam nos bairros.
 
De acordo com Eduardo Arteiro, a prefeitura está utilizando todos os meios para evitar uma epidemia na cidade. Entretanto, é necessário a participação direta da população, para cuidar do seu espaço de convívio. Ele reforça a necessidade de as pessoas evitarem ser picadas pelo mosquito. Uma das formas, além de evitar a criação do inseto, é utilizando repelentes.
 
Para o diretor de Vigilância em Saúde, a maior chance de controlar a doença é impedir a criação do mosquito. “Não há como evitar. O vírus vai chegar a Dourados.  A prefeitura está fazendo a sua parte, mas o morador tem que cuidar de si e da sua casa, pois só dessa forma poderemos controlar uma epidemia de dengue 4 em Dourados”.

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