Cristina Kirchner anuncia abertura de dossiê secreto sobre a Guerra das Malvinas

Documento aponta as falhas estratégicas e o “excesso de otimismo” das tropas argentinas durante o conflito

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Documento aponta as falhas estratégicas e o “excesso de otimismo” das tropas argentinas durante o conflito

Às vésperas do aniversário de trinta anos da Guerra das Malvinas, a presidente argentina Cristina Kirhner anunciou nesta sexta-feira (23) a publicação de um dossiê sigiloso que carrega informações sobre a atuação do regime militar do país durante o conflito. 
O chamado Informe Rattenbach, uma alusão a seu autor,o militar argentino Benjamin Rattenbach, foi publicado na imprensa do país em 1983 e agora está disponibilizado ao público no site oficial da Presidência.

No último mês de fevereiro, Kirchner enviou o conteúdo dos documentos à Chancelaria e ao Ministério de Defesa temendo que pudessem comprometer a segurança doméstica da Argentina e, consequentemente, as relações exteriores do país. Findas as análises, ela concordou em publicar o nome de um “miembro activo” dos serviços secretos argentinos e de um parágrafo que menciona um morador da ilha que colaborou com as tropas de argentinas durante o confronto.

Para a presidente, “essa é a história com sangue vivo os argentinos”. O texto qualifica a tentativa argentina de recuperar as Ilhas Malvinas de “aventura militar” e sugere sanções severas para os integrantes da Junta Militar. Entre essas punições estaria a possibilidade de pena de morte para o ditador Leopoldo Galtieri.

Retomando o 4 de abril de 1982, data na qual os confrontos entre Reino Unido e Argentina foram deflagrados, o documento enfatiza “a emotiva reação popular” que “fez o Governo Galtieri sentir um forte respaldo”.

O relatório fala de “falta de coordenação” entre as Forças Armadas e aos equívocos supostamente cometidos por Mario Benjamín Menéndez, governador militar das Ilhas à época da chegadas das forças argentinas na região. Houve “falta de presença” de chefes militares no front, conclui.

A equipe de investigação militar considerou que toda a dinâmica logística e tática adotada durante a guerra foi “ineficiente” e condena nos 17 tomos que compõem o dossiê o “excesso de otimismo, a incapacidade de planificação das operações bélicas” e o envio de “jovens soldados sem a devida capacitação”.

 

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