Córrego Paragem em Dourados pede “socorro” para preservação de fauna e flora

O Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente de Dourados (COMDAM) aprovou recentemente o projeto de execução da segunda fase do Plano de Manejo para o Parque Natural Municipal do Paragem (PNMP) que será realizado pelo Instituto de Meio Ambiente e Desenvolvimento (IMADem) em parceria com o Instituto de Meio Ambiente (IMAM). Um dos principais […]

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O Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente de Dourados (COMDAM) aprovou recentemente o projeto de execução da segunda fase do Plano de Manejo para o Parque Natural Municipal do Paragem (PNMP) que será realizado pelo Instituto de Meio Ambiente e Desenvolvimento (IMADem) em parceria com o Instituto de Meio Ambiente (IMAM).

Um dos principais objetivos desse plano de manejo é a proteção dos remanescentes de vegetação nativa, das espécies da fauna e dos recursos hídricos, a coleta e produção de mudas de espécies florestais, além de possibilitar a pesquisa científica voltada à conservação e utilização da área, com atividades de Educação Ambiental.

Com pouco mais de 16 hectares, o parque está situado no fundo do vale do Córrego Paragem, localizado na parte sul da cidade, próximo à BR-163, sendo este um dos poucos conjuntos de áreas verdes dentro do perímetro urbano de Dourados.

Valmor Alovisi Junior, gestor ambiental e integrante da equipe do IMAD explicou que o principal objetivo da instituição é oferecer para a população uma nova forma de se observar o meio ambiente no meio urbano. “Ideia é mostrar que é possível ter conforto ambiental, saúde de vida, conservando o meio ambiente e ao mesmo tempo integrando as cidades às áreas verdes, algo difícil de fazer no Brasil, porém não impossível, nas cidades como Curitiba e Londrina – PR é possível observar a prática de conservação de matas naturais dentro do perímetro urbano, e queremos trazer isso para Dourados, mantendo áreas de preservação e aumentando a qualidade de vida das pessoas e das matas” afirmou o pesquisador.

O gestou explicou que hoje os trabalhos realizados dentro do Parque, são baseados em pesquisas e conscientização da população ribeirinha para a preservação do local. “Recentemente fizemos um Plano de Manejo, com estudo bastante aprofundado com dados de antropólogos e o geógrafos. Dentro deste estudo conseguimos fazer o levantamento da fauna e da flora do local, tudo claro com embasamento teórico e em parceria com a universidades do estado e com a EMBRAPA-CPAO” contou.

Após o estudo Valmor contou que o resultado da pesquisa foi surpreendente, pois foi encontrado uma biodiversidade muito grande por ser uma mata dentro da área urbana. “O bioma da nossa região é uma mistura de cerrado e mata atlântica, e no Parque Paragem especificamente é uma área de mata atlântica, e foi encontrado uma diversidade de espécies de animais e insetos, muito rica. Um detalhe interessante desse estudo é que a diversidade foi surpreendente por se tratar de uma área basicamente dentro do perímetro urbano, até felinos foi encontrado. E por esses e outros motivos é que precisamos conservar essa área que é tão rica e esta dentro da cidade” afirmou o pesquisador.

Durante seu projeto de graduação, o também gestor ambiental Bruno Ferreira Campos, elaborou uma pesquisa mostrando como nos últimos 30 anos à cidade cresceu freneticamente, aumentando a degradação do parque. “O Parque Natural do Paragem, está em uma área de crescimento ressente, e com isso a região sofreu uma pressão muito grande, com o aumento da área urbana e na época a cidade não tinha um plano diretor que regulasse o uso e ocupação daquela área, fazendo assim com que a região do parque fosse ameaçada pelo desmatamento, deixando de ser rural e suas ameaças deixasse de ser a própria natura tendo a interferência do homem” disse.

Bruno exemplificou a situação do córrego, caso não seja preservado com a cidade de São Paulo e o Rio Tietê. “A cidade de São Paulo, que cresceu freneticamente, o desmatando e a poluição dos rios. Hoje a cidade sofre com o Rio Tietê poluído, canalizado, tendo sua fauna e flora destruída, pois ser humano se separou da natureza, no momento que o capitalismo começou a fazer mais sentido que a preservação, o homem pensa mais em si e destrói a cada dia o ambiente que sempre lhe ofereceu tudo” concluiu.

 

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