Corpomancia, Dançurbana e Ginga desenvolveram espetáculos contemplados pela Funarte em 2012
Em 2012, a dança de três grupos de Campo Grande foi contemplada por um dos principais prêmios nacionais de dança – o Klauss Vianna, da Fundação Nacional das Artes (Funarte) 2011. O Conectivo Corpomancia, a Cia. Dançurbana e a Ginga Cia. de Dança produziram e circularam três espetáculos diferentes aprovados no edital nacional. Durante o […]
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Em 2012, a dança de três grupos de Campo Grande foi contemplada por um dos principais prêmios nacionais de dança – o Klauss Vianna, da Fundação Nacional das Artes (Funarte) 2011. O Conectivo Corpomancia, a Cia. Dançurbana e a Ginga Cia. de Dança produziram e circularam três espetáculos diferentes aprovados no edital nacional. Durante o desenvolvimento dos projetos, os três grupos investiram em ações de inclusão de alunos da rede pública em Campo Grande. Além das apresentações abertas ao público, eles fizeram sessões especiais, bate-papos e oficinas com os alunos. O Conectivo e a Dançurbana também realizaram um projeto de diálogo entre arte e escola, financiado pelo Fundo Municipal de Incentivo à Cultura (FMIC). Os espetáculos foram produzidos pela Arado Cultural, dos artistas e produtores Ana Maria Rosa, Marcos Mattos e Renata Leoni.
O projeto “Circulando Diálogos – Arte na Escola”, feito pelo Corpomancia e a Dançurbana e financiado pelo FMIC, aconteceu de maio e junho deste ano em três escolas municipais de Campo Grande – Escola Municipal Professora Eulália Neto Lessa, Escola Municipal Osvaldo Cruz e Escola Municipal João de Paula Ribeiro. Por meio de palestras, oficinas e apresentações, o projetou promoveu o acesso à arte, especificamente à dança. A Secretaria Municipal de Educação foi a responsável pela indicação das três escolas participantes, através da Divisão de Esportes, Artes e Cultura, chefiada por José Alberto Lechuga de Andrade. Entre palestras, oficinas e apresentações, cerca de 855 pessoas participaram do projeto.
Inocência – dança e literatura
Em agosto e setembro, o Conectivo Corpomancia realizou o espetáculo “Inocência”, contemplado pelo Klauss Vianna 2011, que teve como ponto de partida a obra homônima do escritor Visconde de Taunay, publicada em 1872. O livro foi um marco do romance regionalista brasileiro e pode-se dizer que é o romance símbolo de Mato Grosso do Sul. No espetáculo dirigido por Paula Bueno e co-dirigido por Franciella Cavalehri, três intérpretes com experiências distintas se relacionam através da dança com os temas despertados por uma leitura atual do livro. Além de duas sessões pagas em teatro, “Inocência” teve oito sessões gratuitas para alunos do Ensino Médio em três escolas estaduais de Campo Grande – Escola Estadual Maria José Hugo Rodrigues, Escola Estadual Maria Constança de Barros Machado e Escola Estadual Lúcia Martins Coelho. Ao todo, o espetáculo teve cerca de 1580 espectadores.
Estudos de Superfície – público participou do processo de criação
A Ginga Cia. de Dança comemorou os 25 anos com o espetáculo “Estudos de Superfície”, também contemplado pelo prêmio da Funarte. “Estudos de Superfície” é uma criação coletiva dos intérpretes-criadores atuais da Ginga – Ana Carolina Brindarolli, Breda Naia, Cibele Otoni, Gustavo Lorenço, Nathalia Sposito, Priscila Roberta Lemos e Welington Moraes – por meio de pesquisas conduzidas pela criadora convidada, Paula Bueno, a partir da leitura de uma cena de uma obra anterior da companhia: “Superfície do Homem”, criada em 2004 pelo coreógrafo residente da Ginga, Chico Neller, e premiada no Festival de Dança de Joinville em 2006 por unanimidade entre os jurados. O desenvolvimento do projeto incluiu quatro mostras de processo, uma espécie de ensaio aberto. Elas foram uma oportunidade de estabelecer contato com o público e promover trocas entre espectadores e bailarinos.
O espetáculo “Estudos de Superfície” foi apresentado gratuitamente no Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul (MARCO) em dez sessões. Algumas delas foram reservadas para alunos do ensino médio das escolas estaduais José Maria Hugo Rodrigues e Maria Rita Cássia Pontes Teixeira. “Sobre as escolas foi bem interessante. Muitos alunos não conheciam o museu e nunca tinham visto um espetáculo de dança contemporânea com aquele tipo de iluminação e trilha. As reações foram variadas. Teve uma menina que chorou, teve um menino que se empolgou na cena do embate. Muitos vieram perguntar sobre o espetáculo, se era de verdade. Eles estranharam o fato de termos outras profissões além da dança também.”, descreve o intérprete criador Gustavo Lourenço. Aproximadamente 745 pessoas assistiram aos espetáculos e mostras de processo criativo.
Singulares – apresentações e oficinas
A Cia. Dançurbana também comemorou o aniversário com a criação de um novo espetáculo. “Singulares”, dirigido por Marcos Mattos, marca os dez anos da Cia e foi contemplado pelo Klauss Vianna 2011. No palco, oito intérpretes criadores dançam movimentos que partiram de pesquisa em torno da história de vida deles próprios, criando uma relação entre seus percursos e a identidade do grupo. O processo de criação envolveu pesquisas em dança contemporânea e a direção cênica de Renata Leoni. O intercâmbio entre artistas, experiências e linguagens é parte importante da proposta.
“Singulares” teve quatro apresentações pagas em teatro, duas em espaços abertos e públicos – Orla Morena e Parque das Nações Indígenas, quatro apresentações gratuitas e oficinas de dança para alunos da Escola Estadual José Maria Hugo Rodrigues e Centro Comunitário AMOC II. Ao todo, cerca de 1314 pessoas viram o espetáculo e 47 fizeram as oficinas.
Programação 2013
O Conectivo Corpomancia está circulando o projeto “Sem cerimônia – ser cidade”, aprovado em outro edital nacional da Funarte, o Prêmio Funarte Artes na Rua 2011. “Sem Cerimônia” propõe performar o corpo com a cidade – suas calçadas, canteiros, construções, vitrines, postes, faixas de pedestre, monumentos, pontos de ônibus e pessoas. As performances, que exploram a fronteira entre movimentos cotidianos e dança, não têm hora e lugar marcados.
Duas apresentações com data e hora marcadas, na antiga rodoviária de Campo Grande, local atualmente abandonado pela cidade, devem encerrar o projeto em fevereiro de 2013.
Mais informações www.corpomancia.com.br; www.dancurbana.com e www.gingaciadedanca.blogspot.com.br
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