Coronel admite possível extinção de torcidas organizadas

O diretor de segurança e prevenção da Federação Paulista de Futebol, Coronel Marcos Cabral Marinho de Moura, admitiu que as organizadas Mancha Alviverde e Gaviões da Fiel podem ser banidas dos estádios de futebol. Ambas as torcidas protagonizaram, domingo antes do clássico entre Corinthians e Palmeiras, selvageria que matou André Alves Lezo, 21 anos, e […]

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O diretor de segurança e prevenção da Federação Paulista de Futebol, Coronel Marcos Cabral Marinho de Moura, admitiu que as organizadas Mancha Alviverde e Gaviões da Fiel podem ser banidas dos estádios de futebol.

Ambas as torcidas protagonizaram, domingo antes do clássico entre Corinthians e Palmeiras, selvageria que matou André Alves Lezo, 21 anos, e causou a morte encefálica de Vinicius Jovanelli Moreira, 19 anos – anunciada nesta terça-feira (27).

O Ministério Público espera o resultado da investigação da Polícia Civil para avaliar qual decisão será tomada. “Temos de apurar envolvimento da direção das torcidas e também o que eles estão fazendo para impedir esse tipo de coisa (violência).

Precisamos de muito cuidado com o caso, mas se for comprovado o envolvimento não há por que eles continuarem. Sou contra as torcidas que promovem a desordem”, disparou o dirigente. Porém, não será tão fácil extinguir as organizadas.

A Mancha Verde já foi extinta, mas conseguiu retornar trocando o Verde por Alviverde. Por enquanto a FPF proibiu a entrada das torcidas nos estádios até que fossem apurados os responsáveis pela briga.

DETENÇÕES

Ontem, a Polícia Civil prendeu Tiago Lezo, irmão de André Alves Lezo e também integrante da Mancha, outros quatro palmeirenses e mais um da Gaviões da Fiel. Ainda foram apreendidos um computador na casa de Tiago e outros equipamentos de corintianos, além de instrumentos que teriam sido utilizados na briga.

Tiago e André são irmãos mais novos de Lucas, que assumiu o posto de vice-presidente da Mancha em 2011, com Marcos Ferreira como presidente. Lucas é bastante respeitado na facção pelo jeito de comandar a Mancha nos jogos. Outros integrantes das duas organizadas prestaram esclarecimentos no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa.

Em nota, a Mancha Alviverde se considera vítima de emboscada dos rivais, o que foi negado pela Gaviões da Fiel. No dia de briga, alguns torcedores do Timão chegaram a revelar que a briga foi vingança pela morte do corintiano Douglas Karin Silva em agosto do ano passado. Del Nero diz que mortes afetam imagem do País para a Copa

O presidente da FPF (Federação Paulista de Futebol), Marco Polo Del Nero, admite que as mortes nas brigas de torcidas afetam a imagem do Brasil como organizador da Copa de 2014 e reconhece que não sabe ainda o que fazer para conter a violência.

Ele diz que entre as opções a serem estudadas está a criação de listas negras de torcedores que não poderão entrar nos estádios por mais de uma década. “Essas pessoas precisam ser banidas do futebol.

Quem enfrenta a polícia é bandido e precisa ir para cadeia”, avisa Del Nero, que desembarcou ontem em Zurique, na Suíça, para assumir o cargo de integrante do Comitê Executivo da Fifa. Ele também diz que ter duas mortes envolvendo torcedores a dois anos da Copa, com aconteceu no domingo com palmeirenses, não é positivo.

“Não é situação confortável”, declara o dirigente. “Quando o País que vai receber competição internacional registra duas mortes, isso pesa”. Del Nero não esconde que novas medidas terão de ser tomadas e alerta que uma nova legislação precisará entrar em vigor com certa rapidez, justamente para ter novo marco antes da Copa de 2014.

“Tem de se fazer alguma coisa a mais. O que, eu não sei. Mas que possa ser punido efetivamente”, explica o presidente da FPF. Outro projeto é a de reforçar a capacidade de investigação da polícia para permitir que se identifique os responsáveis por atos de violência e que seja elaborado um tipo de ‘lista negra’.

Quem tivesse o nome nela ficaria impedido de entrar nos estádios por uma década e estaria fora até mesmo da Copa de 2014. Para ele, essas pessoas não são torcedores. “Em cada torcida organizada, existem cerca de 200 a 300 pessoas violentas.”

Hoje, a FPF conta com lista que não chega nem a 100 pessoas e, para elevar o número, seria necessário investimentos na área de inteligência para identificar os responsáveis. Mesmo o controle da entrada dessas pessoas nos estádios seria difícil de realizar. (da AE)

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