Conservadores tentam formar governo de coalizão na Grécia
O líder do partido de centro-direita Nova Democracia, Antonis Samaras, afirmou que quer formar um governo de coalizão no país o mais rápido possível. O Nova Democracia deve conseguir uma vitória por pouca diferença de votos em relação ao esquerdista Syriza nas eleições realizadas neste domingo na Grécia. Com 80% dos votos apurados, as estimativas […]
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O líder do partido de centro-direita Nova Democracia, Antonis Samaras, afirmou que quer formar um governo de coalizão no país o mais rápido possível.
O Nova Democracia deve conseguir uma vitória por pouca diferença de votos em relação ao esquerdista Syriza nas eleições realizadas neste domingo na Grécia.
Com 80% dos votos apurados, as estimativas do Ministério do Interior afirmam que o Nova Democracia conseguiu 29,9% dos votos (ou 130 cadeiras no Parlamento), o Syriza obteve 26,7% dos votos (71 cadeiras), e o socialista Pasok, 12,4% (33 cadeiras).
Samaras, pediu que todos os partidos se juntem a um governo de salvação nacional e acrescentou que a Grécia vai cumprir seus compromissos.
“O povo grego escolheu hoje pela permanência no caminho europeu e na zona do euro. Não haverá mais aventuras. O lugar da Grécia na Europa não será colocado em dúvida”, disse Samaras.
“Os sacrifícios do povo grego vão levar o país de volta à prosperidade.”
O líder do Syriza, Alexis Tsipras, cumprimentou Samaras pela vitória e acrescentou que ele tem o direito de tentar formar um governo.
Mas, Tsipras parece ter descartado a possibilidade de se juntar à coalizão, afirmando que o Syriza “não vai sacrificar nossa posição” de oposição ao plano de austeridade.
Segundo o correspondente da BBC em Atenas Mark Lowen, estas declarações de Samaras sugerem que ele quer continuar com o programa de cortes de gastos exigidos pelos credores internacionais da Grécia.
A eleição parlamentar deste domingo na Grécia era vista por muitos analistas como um referendo sobre a permanência do país na zona do euro. Este foi um dos assuntos que dominaram a campanha política no último mês.
O outro assunto, que está interligado com a permanência da Grécia na zona do euro, foram os pacotes de ajuda financeira recebidos pelo país nos últimos dois anos.
A Grécia recebeu ajuda internacional de 110 bilhões de euros, em 2010, e 130 bilhões de euros, no ano passado. O dinheiro foi usado para que o país conseguisse pagar suas dívidas, mas grande parte da população está descontente com as condições do acordo, que exige medidas duras de redução de gastos públicos.
A Nova Democracia apoia os pacotes de ajuda financeira, assim como Pasok, mas defende a renegociação de alguns termos. Já o Syriza é fortemente contra as medidas de austeridade.
Coalizão
Se as projeções estiverem corretas, o Nova Democracia deve conseguir formar uma coalizão com o partido socialista Pasok e se beneficiar de uma regra que dá ao partido que lidera a votação mais 50 assentos no Parlamento, que tem um total de 300.
Outro correspondente da BBC em Atenas, Matthew Price, afirma que este governo ainda será relativamente fraco e deve tentar negociar os termos do pacote de ajuda financeira.
O Nova Democracia também poderá convidar um pequeno partido de esquerda, o Esquerda Democrática, para se juntar à coalizão e refletir um pouco da desaprovação dos gregos em relação a esta ajuda financeira, segundo Mark Lowen.
No entanto, de acordo com o correspondente da BBC, o Syriza conseguiu muitos votos e deve conseguir muitas cadeiras no Parlamento, o que deve dificultar a situação da futura coalizão de governo.
O líder do partido Pasok, Evangelo Venizelos, fez a proposta de uma coalizão mais ampla, de quatro partidos, incluindo o Nova Democracia, o Pasok, a Esquerda Democrática e o Syriza.
“Nenhuma decisão pode ser tomada sem esta união nacional”, disse.
Prazos e renegociações
O ministro do Exterior da Alemanha, Guido Westerwelle, disse neste domingo que a Grécia deve manter seus acordos com os credores internacionais, mas sugeriu que o governo grego tenha mais tempo para cumprir estes acordos.
“Não pode haver mudanças substanciais nos acordos, mas eu consigo imaginar voltar a negociar os prazos”, disse.
Já para Angel Gurria, diretor da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o novo governo grego deveria ter uma chance de renegociar pelo menos parte do acordo de resgate.
“Se esta é a condição para que a Grécia fique [na zona do euro] e siga em diante, eu diria que é provavelmente algo que deveria ser tentado”, afirmou Gurria.
Os gregos haviam eleito seus representantes no mês passado, mas nenhum partido conseguiu formar um coalizão para governar e por isso a nova eleição foi convocada para este domingo.
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