Comerciantes que compraram carga de assalto forjado respondem por receptação

Não foi só o motorista Paulo Henrique Rios Djalma Barros, 25 anos, que ‘se deu mal’ ao simular um crime e comunicar à polícia que tinha sido vítima de assalto. Além dele, que foi preso em flagrante por falsa comunicação de crime e apropriação indébita, três comerciantes que compraram parte da carga também foram autuados. […]

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Não foi só o motorista Paulo Henrique Rios Djalma Barros, 25 anos, que ‘se deu mal’ ao simular um crime e comunicar à polícia que tinha sido vítima de assalto. Além dele, que foi preso em flagrante por falsa comunicação de crime e apropriação indébita, três comerciantes que compraram parte da carga também foram autuados.

Por terem comprado os produtos, tais como lasanha, mortadela, frango e outros embutidos, em um valor abaixo do mercado e também não terem exigido a nota fiscal, os comerciantes foram autuados por receptação. O agravante neste caso é que o crime é inafiançável, segundo a delegada Maria de Lourdes Cano, responsável pelas investigações.

“A pena varia de dois a oito anos de reclusão e serve como alerta para outros comerciantes que queiram levar vantagem indevida”, afirma a delegada. Logo após confessar a simulação, o caminhoneiro repassou o endereço dos locais a Defurv (Delegacia Especializada de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos).

Os policiais então iniciaram diligências e prenderam em flagrante o comerciante Antônio Pereira Vale Neto, 42 anos. Ele é proprietário de uma conveniência na rua Elesbom Murtinho, no bairro Universitário.

O segundo a ser detido foi o dono do Varejão Tomodashi, na rua Minas Novas, Cidade Morena. Segundo a delegada Maria de Lourdes, ele chegou a dificultar as investigações, não dizendo em sua totalidade onde estaria a carga comprada. “Os policiais encontraram parte dos produtos na casa dele e outra no comércio”, comenta.

Já o terceiro a ser detido seria um homem que ainda não foi encontrado. Na sua mercearia, na rua Chaim Jorge, Vila Julieta, em Campo Grande, os policiais encontraram apenas a mãe do receptador. Ele apontou o freezer onde estavam os produtos e se disse responsável, sendo então encaminhada a delegacia.

”O filho poderia preservar a mãe deste crime, mas como ela se diz a responsável, foi autuada”, explica a delegada. Maria Feitosa Silva, 62 anos, então continua presa.

A lição de que o crime não compensa com certeza foi para todos, já que ambos disseram estar arrependidos, tanto o caminhoneiro quanto os compradores. E o proprietário do veículo, o empresário Evaldo Tartari, 35 anos, também disse ter aprendido algo com o episódio.

”Eu já o conhecia há cinco meses porque ele fazia o mesmo serviço para outra empresa. Ficou desempregado, comentou que não recebeu acerto e eu então resolvi dar a ele uma oportunidade. Mas o salário que receberia este mês seria de no mínimo R$ 1,8 mil, então deveria pensar no que fez antes. Isso denigre a imagem da empresa também”, afirma o empresário Tartari.

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