Comerciantes da Júlio de Castilho reclamam de prejuízo de até 90%

A obra é para garantir o escoamento da enxurrada que desce do Santo Amaro e provoca alagamentos nos bairros Santo Antonio e Jardim Imá

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A obra é para garantir o escoamento da enxurrada que desce do Santo Amaro e provoca alagamentos nos bairros Santo Antonio e Jardim Imá

Comerciantes da avenida Júlio de Castilho entre a avenida Presidente Vargas e a rua Crisântemos em Campo Grande reclamam de até 90% na queda das vendas por conta da interdição na via desde o último dia 14 de março.

A obra que fechou o trecho é para garantir o escoamento da enxurrada que desce do  Santo Amaro e provoca alagamentos nos bairros Santo Antonio e Jardim Imá. 

 “Até 90%”, fala Renato Machado, 27, vendedor em uma loja de peças para motos sobre a expectativa na queda das vendas. “Se continuarmos assim vamos para ‘roça’, por conta do aluguel e pagamento de funcionário”.

Quem trabalha na região não contesta a necessidade da interdição.“O problema é a cronologia da obra, não estávamos preparados, chegaram e começaram”, disse farmacêutico Sidney Paulo Miyashiro de 33 anos que tem uma farmácia quase no cruzamento com a rua Crisântemos.

A prefeitura informou que houve uma reunião entre moradores e comerciantes da avenida antes da reforma.

O primeiro prazo de 20 dias para a liberação da avenida foi dado pela Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) que depois foi prorrogado pela Secretaria de Obras que aumentou a expectativa de término por conta da complexidade na intervenção.

A prefeitura espera que a avenida esteja liberada até 30 de abril.

“A sorte é que nós ainda ficamos quase aqui na esquina, e quem fica ali no meio?”, pergunta a administradora Daniela de Oliveira Molina, 37, que trabalha junto com o marido Sidney.

Os dois que tem oito funcionários e vendiam até R$ 1. 500 no horário de pico das 17h às 21h, hoje vende R$ 500, num prejuízo que chega a R$ 30 mil em um mês.

“Despencou, o fluxo geralmente é por causa dos carros, tem dia que venho até de bermuda, por que quase não tem ninguém para atender”, conta o vendedor de colchões Alceu Paiva de 39 anos que paga R$ 1 mil de aluguel e acredita numa baixa de 70% a 80% nas vendas.

“Aqui ao lado fechou”, mostra uma loja de manutenção de computadores o cabeleireiro Charles Alves da Cunha, 48, que trabalha a 26 anos no local e nunca tinha tido uma queda de 80% no movimento de seu salão.

As ruas em torno da Júlio de Castilho que receberam manilhas e ainda não foram asfaltadas, estão dentro do tempo do cronograma de obras, segundo a administração. No último dia 30 de março, a prefeitura deu um prazo de 30 dias para o encerramento das obras no trecho.

O projeto de revitalização da Júlio de Castilho prevê a implantação de quatro quilômetros de rede de drenagem, além do recapeamento de 13 quilômetros de vias, incluindo 6,8 quilômetros em toda a extensão da avenida e 9,7 quilômetros nas ruas adjacentes.

O recapeamento e a drenagem foram feitos no trecho entre as avenidas Duque de Caxias e Capibaribe, além de vias de acesso ao Santo Amaro. No ano passado o prefeito Nelson Trad Filho, disse que por conta da complexidade, o trabalho na avenida teria de ser em trechos.

As intervenções na avenida Júlio de Castilho vão exigir um investimento de R$ 18.364.888,59, 95% dos recursos provenientes do Pró-Transporte e 5% do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).

Com a interdição da Júlio de Castilho entre a Presidente Vargas e a rua Crisântemos confira as opções de tráfego:

Sentido centro/bairro: avenida dos Crisântemos, rua dos Narcisos e avenida Presidente Vargas.

Sentido bairro/centro: avenida Presidente Vargas, rua São Bernardo e rua dos Andradas.

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