Com máscaras, moradores bloqueiam estrada para protestar contra poeira e pedir asfalto

A comunidade alega que não é apenas questão de asfalto, e sim, de saúde pública

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A comunidade alega que não é apenas questão de asfalto, e sim, de saúde pública

A manhã de quinta-feira (13) foi atípica para os trabalhadores da região do conjunto José Abrão. Com máscaras, cerca de 30 moradores das redondezas fizeram um bloqueio para pedir apoio e pleitear asfalto na estrada de acesso ao Inferninho, CG 040, na altura do Km 02.

Apesar do manifesto ter sido protocolado na Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), no dia 11/09, não teve presença de nenhum Agente. No documento, eles protestam contra a Mineradora Votorantim, considerada por eles, responsável por muitos transtornos à comunidade. Eles alegam que há um grande trânsito de veículos desta empresa, provocando acidentes devido a falta de asfalto e das britas (pedras soltas) na via. 
Muitos caminhoneiros apoiam a causa, já que o percurso é bastante movimentado em razão das fábricas e empresas que existem na região. “O pessoal trancou a rua por causa da poeira. Eles querem asfalto. Apesar de atrasar o meu serviço, também concordo com a iniciativa. Se não tem jeito, tem que protestar mesmo”, contou o caminhoneiro Adão Modesto, de 47anos.
Por outro lado, há pessoas que ficaram indignadas com a manifestação. “Nós temos que trabalhar e esta manifestação está atrapalhando. Não adianta nada ficar bloqueando a via. Eu quero trabalhar em paz, e eles estão atrapalhando”, contou um dos caminhoneiros que não quis se identificar, com receio de represálias dos moradores locais. 
A Agetran informou que os moradores apenas haviam protocolado o protesto. Mas que não pediram apoio e nem informaram como o mesmo seria feito. O representante do grupo, Simão Cardoso Santana, 45 anos, destacou que havia sim solicitado a colaboração da Agência. Além disso, ele contou que a luta deles é antiga e que a manifestação é uma forma de apelar e ser ouvido.
Anteriormente, já foi feito um abaixo-assinado com mais de 100 pessoas atestando pela causa. Mas nesta manhã, nem todos puderam estar presentes devido aos compromissos diários. “Usamos as máscaras como símbolo do que está acontecendo com a nossa comunidade. Moramos aqui e merecemos respeito. É um protesto pacífico para que que alguém olhe por nós. Vamos continuar lutando por nossos direitos”, destacou Simão. 
Pra muitos, não é apenas uma questão de asfalto e sim, de saúde pública. “A poeira prejudica a nossa vida, a nossa saúde. Temos filhos pequenos, fora os idosos que ficam prejudicados ao conviver com tanta poeira e poluição. Alguém tem que tomar alguma atitude urgentemente”, desabafou a moradora Lucia Rodrigues dos Santos, de 36anos, que está preocupada com sua mãe idosa que, segundo ela, sofre com os reflexos deste ambiente poluído. 
“Se for preciso, nós nos reunimos, fazemos um mutirão. O asfalto é pro bem de todos. Não tem pneu que aguente e a saúde também fica debilitada”, concluiu o caminhoneiro José Sebastião, de 61 anos.
A manifestação, que iniciou a partir das 6h30 foi encerrada às 8h. Os moradores da comunidade prometem continuar lutando pelo asfalto. Por outro lado, a Agetran informou que a prefeitura ainda não sinalizou se vai se comprometer em fazer a pavimentação asfáltica dessa região.

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