Classe médica resiste, mas Inmetro vistoria balanças e aparelhos medidores de pressão

Mais de 40% dos aparelhos já foram reprovados desde o início do ano

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Mais de 40% dos aparelhos já foram reprovados
desde o início do ano

Mesmo com grande resistência da classe médica em Mato Grosso do Sul, fiscais do Inmetro (Agência Estadual de Metrologia) continuam percorrendo hospitais, unidades de saúde e clínicas particulares para verificar as condições de uso de balanças e esfigmomanômetros (aparelho medidor de pressão arterial).

Desde o início das ações, equipamentos clínicos de 18 unidades de saúde, pertencentes a prefeituras do Estado, além de 160 clínicas e hospitais já foram vistoriados. E antes das visitas, profissionais da Inmetro garantem que 4.400 cartas informativas, contendo a legislação que autoriza a fiscalização, foi enviada aos profissionais da área médica.

“A verificação é muito importante, porque baseado no resultado da balança e do esfigmomanômetro, é que o médico poderá repassar o remédio ao paciente. Se o aparelho estiver descalibrado, a pessoa também irá se prejudicar ao tomar medicamento errado”, diz a agente metrológica Renata.

Recentemente, na cidade de Coxim e Rio Verde, distante a 194 quilômetros da Capital, três locais foram autuados. “Os profissionais se opõem, dizem que o seu aparelho já foi vistoriado e tem o selo do Inmetro. Mas as visitas têm de ser periódicas e muitas vezes o aparelho é danificado no transporte ou manuseio e temos sempre de analisar, já que estamos lidando com diagnóstico de pessoas”, afirma a agente metrológica Renata.

Por aparelho verificado, o Inmetro cobra R$ 34. E do segundo equipamento em diante, o valor é de R$ 14,60, desde que seja feito no mesmo CPF (Cadastro de Pessoa Física) ou CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica). E caso haja resistência em receber os técnicos, os locais podem receber uma multa que varia de R$ 2 a R$ 20 mil.

”O técnico faz um relatório, dizendo que o profissional tal, do CRM tal, por exemplo, não aceitou a vistoria e nem as orientações devidas. O laudo vai para o departamento jurídico e a partir daí sai o auto de infração”, diz a agente metrológica.

Embora a portaria seja antiga, segundo a Inmetro, a fiscalização começou a ser realizada este ano e será intensificada a partir do próximo ano. “Também teremos a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e a CRM/MS (Conselho Regional de Mato Grosso do Sul), que vai nos ajudar a pedir a obrigatoriedade da fiscalização destes aparelhos”, afirma a agente metrológica.

De uma maneira técnica, o primeiro item a ser verificado, se refere ao escapamento de ar. “Vemos a braçadeira, manguito, entre outros itens, se tem vazamento. Damos uma pressão de até 280 milímetros de mercúrio e aguardamos cinco minutos até o aparelho estabilizar. Se abaixar 20 milímetros de mercúrio, está reprovado já no primeiro ensaio, sendo que o profissional tem que encaminhá-lo ao mecânico credenciado pelo Inmetro ”, diz a técnica.

N segundo ensaio verifica-se a pressão de 40 em 40 milímetros de mercúrio. “Primeiro de tudo o aparelho tem que ter modelo de aprovação, sendo que o equipamento não pode estar com o vidro quebrado, lacre rompido e as marcações têm de estar nítidas”, comenta a técnica do Inmetro.

Quem estiver interessado em receber uma visita do Inmetro em seu consultório médico ou receber orientações pode entrar com contato por meio do telefone: 3317 – 5756, falar com Ana Carolina.

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