CineMIS exibe mostra Cinema Afro-Brasileiro com entrada franca
A Fundação de Cultura do Governo de Mato Grosso do Sul, através do Museu da Imagem e do Som, apresenta de 19 a 23 de novembro, sempre com entrada franca, a mostra “Cinema Afro-Brasileiro”, homenageando uma das etnias representativas de nosso País e que tem se mostrado fortalecida com novas produções. As exibições acontecem durante […]
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A Fundação de Cultura do Governo de Mato Grosso do Sul, através do Museu da Imagem e do Som, apresenta de 19 a 23 de novembro, sempre com entrada franca, a mostra “Cinema Afro-Brasileiro”, homenageando uma das etnias representativas de nosso País e que tem se mostrado fortalecida com novas produções.
As exibições acontecem durante toda a semana, às 19 horas, na sala Idara Duncan do Museu da Imagem e do Som. A mostra é realizada em parceria entre a Fundação de Cultura, o Conselho Estadual dos Direitos do Negro de Mato Grosso do Sul (Cedine/MS) e o Instituto Luther King.
Para o curador da mostra, Carlos Alberto da Silva Versoza, as exibições pretendem expor o antigo e o novo Cinema Afro-Brasileiro com filmes que vão da consagrada obra “Barravento”, de Glauber Rocha (sucesso de crítica e público, assistido por milhões de pessoas) aos excelentes “Besouro” e “Orfeu Negro”, todos tratando de um tema delicado, mas ainda com muito reflexo no País: “a História dos Negros e Negras no Brasil e suas lutas desde a colônia até os dias atuais para serem respeitados como seres humanos e cidadãos dignos”, explica Versoza.
A mostra Cinema Afro-Brasileiro é realizada com os projetos “Cultura em Situação” e “Amplificadores de Cultura”, do MIS. No dia 28 de novembro, às 14 horas, será realizado o “Debate sobre a Cultura Afro-Brasileira no Cinema”. Como os filmes selecionados abordam o mesmo tema – a história dos negros e suas lutas no País – possibilitam questionamentos sobre o papel da arte e a reflexão de como esta pode ajudar na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. O objetivo dos projetos é incentivar o pensamento e a discussão, estimulando a produção e a circulação de ideias.
O CineMIS é uma ação que com temas diversos e abrangentes apresenta mostras com olhares e artes tanto de Mato Grosso do Sul quanto de culturas que ultrapassam fronteiras. “Com essa agenda, o Museu da Imagem e do Som vem cumprindo sua função social de democratizar o acesso às produções audiovisuais do país e do mundo, além de promover o debate e a reflexão, no sentido de contribuir com a formação e a difusão de conhecimento e cultura no Estado”, explica o presidente da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Américo Calheiros.
Confira a programação:
19 de novembro (segunda-feira)
Besouro – Bahia, década de 20. No interior os negros continuavam sendo tratados como escravos, apesar da abolição da escravatura ter ocorrido décadas antes. Entre eles está Manoel (Aílton Carmo), que quando criança foi apresentado à capoeira pelo Mestre Alípio (Macalé). O tutor tentou ensiná-lo não apenas os golpes da capoeira, mas também as virtudes da concentração e da justiça. A escolha pelo nome Besouro foi devido à identificação que Manuel teve com o inseto, que pelas características não deveria voar, mas voa. Ao crescer, Besouro recebe a função de defender seu povo, combatendo a opressão e o preconceito existentes.
Direção: João Daniel Tikhomiroff. Elenco: Miguel Lunardi, Irandhir Santos, Adriana Alves / 2009, Ação, 195 min.
20 de novembro (terça-feira)
Barravento – Numa aldeia de pescadores de Xeréu, cujos antepassados vieram da África como escravos, permanecem antigos cultos místicos ligados ao candomblé. Firmino (Antônio Pitanga) é um antigo morador, que foi para Salvador na tentativa de escapar da pobreza. Ao retornar ele sente atração por Cota (Luíza Maranhão), ao mesmo tempo em que não consegue esquecer sua antiga paixão, Naína (Lucy Carvalho), que, por sua vez, gosta de Aruã (Aldo Teixeira). Firmino encomenda um despacho contra Aruã, que não é atingido. O alvo termina sendo a própria aldeia, que passa a ser impedida de pescar.
Direção: Glauber Rocha. Elenco: Antônio Pitanga, Luiza Maranhão, Lucy Carvalho, Aldo Teixeira / 1962, Comédia dramática, 80 min.
21 de novembro (quarta-feira)
Orfeu Negro – A jovem Eurídice foge de sua terra e chega ao Rio de Janeiro na época do Carnaval, se envolvendo com o condutor de bonde Orfeu, provocando os ciúmes de sua namorada. Mas como na antiga lenda de Orfeu, ela é perseguida pela Morte e ele será capaz de descer aos infernos para tentar resgatá-la. Primeira versão cinematográfica da peça “Orfeu da Conceição”, de Vinícius de Moraes. Orfeu Negro transpõe o mito grego de Orfeu e Eurídice, uma trágica e bela história de amor, para os morros do Rio de Janeiro, durante o carnaval. Consagrado no mundo inteiro, tendo recebido muitos prêmios (* Palma de Ouro no Festival de Cannes de 1959), o filme foi também um dos marcos fundadores da bossa nova, trazendo músicas clássicas do gênero assinadas por Tom Jobim, Vinícius, Luiz Bonfá e Antonio Maria, como “A Felicidade”, “Manhã de Carnaval” e “O Nosso Amor”.
Direção: Marcel Camus. Elenco: Breno Mell, Marpessa Dawn, Lourde de Oliveira / 1958, Drama, 90 min.
22 de novembro (quinta-feira)
Madame Satã – Rio de Janeiro, 1932. No bairro da Lapa vive encarcerado na prisão João Francisco (Lázaro Ramos), artista transformista que sonha em se tornar um grande astro dos palcos. Após deixar o cárcere, João passa a viver com Laurita (Marcélia Cartaxo), prostituta e sua “esposa”; Firmina, a filha de Laurita; Tabu (Flávio Bauraqui), seu cúmplice; Renatinho (Felippe Marques), seu amante e também traidor; e ainda Amador (Emiliano Queiroz), dono do bar Danúbio Azul. É neste ambiente que João Francisco irá se transformar no mito Madame Satã, nome retirado do filme Madame Satã (1932), dirigido por Cecil B. deMille, que João Francisco viu e adorou.
Direção: Karim Aïnouz. Elenco: Lázaro Ramos, Marcelia Cartaxo, Flavio Bauraqui / 2001, Drama, 95 min.
23 de novembro (sexta-feira)
Renascimento Africano – O filme, rodado em Dakar, no Senegal, conta com depoimentos de intelectuais, políticos e religiosos, que apresentam um panorama dos 50 anos de independência dos países do oeste da África e a interpretação sobre a escultura criada recentemente no Senegal, que representa, justamente, o renascimento africano. Segundo o diretor do documentário, Zózimo Bulbul, o resgate da cultura africana presente em suas obras se dá, em grande parte, devido as suas viagens pelo continente africano. “Eu precisei sair do Brasil para descobrir que eu tenho história, que eu existo”, afirma.
Direção: Zózimo Bulbul / 2012, Documentário, 50 min.
Serviço – As exibições do CineMIS acontecem de 19 a 23 de novembro (segunda a sexta), às 19 horas, na sala Idara Duncan do Museu da Imagem e do Som. Já o “Debate sobre a Cultura Afro-brasileira no Cinema” acontece dia 28 (quarta), às 14 horas. A entrada para os eventos é franca.
O MIS fica no Memorial da Cultura, na avenida Fernando Correa da Costa, 559, 3º andar. Outras informações pelo email [email protected] e pelos telefones 3316-9178 (MIS) e 3316-9155 (Carlos Versoza).
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