Carta com localização do corpo de Eliza Samudio baseou-se em “sonho”, diz advogado
O advogado José Arteiro Cavalcante, representante da mãe de Eliza Samudio em Minas Gerais, revelou à imprensa nesta sexta-feira (22) o teor da carta que conteria dados sobre o paradeiro do corpo de Eliza, ex-amante do goleiro Bruno Souza desaparecida desde junho de 2010. Segundo Cavalcante, quem escreveu o texto se baseou em um “sonho” […]
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O advogado José Arteiro Cavalcante, representante da mãe de Eliza Samudio em Minas Gerais, revelou à imprensa nesta sexta-feira (22) o teor da carta que conteria dados sobre o paradeiro do corpo de Eliza, ex-amante do goleiro Bruno Souza desaparecida desde junho de 2010.
Segundo Cavalcante, quem escreveu o texto se baseou em um “sonho” para dar as informações sobre o suposto local onde estaria o corpo da moça, um poço desativado situado em bairro da capital mineira.
O advogado entregou na manhã de hoje, em Belo Horizonte (MG), um pedido ao delegado Wagner Pinto, chefe do Departamento de Investigações de Minas Gerais, com cópia da carta endereçada a Sônia de Fátima Moura, mãe da ex-modelo, para que a polícia investigue as informações contidas na correspondência.
O goleiro Bruno Souza e sete réus vão a júri popular, ainda sem data definida, pelo desaparecimento da moça. Sônia Moura disse que a carta, sem discriminação do remetente, foi deixada para ela na recepção de uma emissora de TV localizada na capital mineira, onde ela esteve nesta quarta-feira (20) participando de um programa da emissora.
Mesmo após ter revelado se tratar de um sonho, Cavalcante afirmou acreditar que as informações sejam verdadeiras. Os restos mortais de Eliza estariam em um poço desativado no bairro Planalto, região norte da capital mineira. “Fazem muito sentido (as informações), são muitas claras, têm detalhes, como uma passagem clandestina, uma série de coisas”, disse o advogado.
Na porta do Departamento de Investigações, em Belo Horizonte, Cavalcante afirmou em um primeiro momento nunca ter ido ao local onde supostamente estaria o corpo. Em outro, afirmou conhecer bem o local, para em seguida, dizer que havia mandado um representante à região checar as informações sobre a existência do poço.
Para balizar a sua teoria de convencimento de que valeria uma investigação no local, Cavalcante contou ter recebido há três meses uma ligação de quem elaborou a carta relatando a mesa história, que agora é contada na carta, mas sem referência ao “sonho”.
“Ela (autor da carta) já tinha me passado as informações de que viu a Eliza sendo retirada de um carro e jogada no local. Eu pedi o telefone dela e, em seguida, eu liguei e ela atendeu. Eu estou passando o número dela para o delegado para que ele possa investigá-la também. Isso não vai ficar anônimo. Ela presenciou porque é vizinha do local. Agora está dizendo que é sonho porque está morrendo de medo”, afirmou.
Questionado sobre a demora em acionar a polícia, já que era sabedor do caso há pelo menos três meses, o advogado disse que precisava consultar a mãe de Eliza antes. “Eu tive que falar com a dona Sônia. Eu tinha que ter a autorização dela. Não podia falar com ela por telefone, a situação era muito delicada”, justificou.
O delegado Wagner Pinto recebeu o pedido do advogado, juntamente com a cópia da carta, mas não falou com a imprensa. Por meio da assessoria da Polícia Civil mineira, o policial afirmou que procederá da mesma forma destinada às denúncias recebidas pela Polícia Civil. Ele afirmou que vai analisar o documento para checar as informações contidas nele.
Mãe de Eliza diz acreditar na carta
Sônia de Fátima Moura havia demonstrado esperança em achar os restos mortais da filha ao afirmar que a carta mostraria como chegar ao local. “Ela conta detalhes que me chamaram muito a atenção. Revela o endereço, a localização do poço e ainda como eu devo fazer para chegar lá. Tem todos os pormenores”, disse, sem, no entanto, ter mostrado o conteúdo da carta.
Recentemente, a mãe de Eliza recebeu a guarda definitiva do neto, cuja paternidade é atribuída ao goleiro Bruno, da Justiça de Foz do Iguaçu (PR). Luís Carlos Samudio, pai de Eliza, também pleiteava a guarda da criança, mas segundo seu advogado, desistiu da ação. O homem é considerado foragido da Justiça brasileira por conta de processo contra ele por atentado violento ao pudor.
O crime de abuso teria sido cometido contra uma filha dele que, à época do suposto crime, na década de 90, era menor de idade, e que hoje tem 20 anos. Luís Samudio está fora do país e aguarda um julgamento de recurso, informou o seu advogado.
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