Brasil determina que embaixadas e consulados no Oriente Médio reforcem a segurança

O governo do Brasil determinou que as principais embaixadas e consulados brasileiros no Oriente Médio intensifiquem a segurança, em meio aos ataques às representações norte-americanas devido à onda de fúria causada pelo filme que satiriza o profeta Maomé e o islamismo. Por determinação do Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, os desdobramentos da crise são acompanhados […]

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O governo do Brasil determinou que as principais embaixadas e consulados brasileiros no Oriente Médio intensifiquem a segurança, em meio aos ataques às representações norte-americanas devido à onda de fúria causada pelo filme que satiriza o profeta Maomé e o islamismo. Por determinação do Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, os desdobramentos da crise são acompanhados com atenção, porque suas consequências são consideradas imprevisíveis.

Não há registros de ameaças nem ataques às representações brasileiras no Oriente Médio, segundo diplomatas do país, que acompanham o assunto. Porém, o governo do Brasil considera o momento delicado e sensível. Para as autoridades brasileiras, a fúria ocorre no mesmo momento que há ameaças de governos ocidentais de intervenção em alguns países que passam por mudanças políticas, como a Síria.

A situação no Oriente Médio se agravou depois do ataque ao Consulado dos Estados Unidos em Benghazi, na Líbia, que provocou quatro mortes, inclusive do embaixador norte-americano Christopher Stevens, no começo desta semana. Há dois dias, o Itamaraty condenou, em nota, não só o ataque ao consulado em Benghazi, como também os demais na região.

O Itamaraty repudiou a violência e ressaltou a necessidade de respeitar a inviolabilidade das representações diplomáticas e consulares. A nota também se referiu aos ataques à Embaixada dos Estados Unidos no Cairo, no Egito.

“O Brasil repudia veementemente os ataques e recorda a obrigação de todos os países de observarem o princípio da inviolabilidade das representações diplomáticas e consulares, como determinado pelas convenções de Viena sobre Relações Diplomáticas e sobre Relações Consulares, de 1961 e 1963, respectivamente”, diz a nota.

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o governo brasileiro lamenta os episódios de violência. “O governo brasileiro tomou conhecimento com consternação dos ataques a representações diplomáticas e consulares norte-americanas no Cairo e em Benghazi”, diz o texto. “O governo brasileiro transmite às famílias dos diplomatas falecidos e ao povo e governo dos Estados Unidos sua solidariedade e condolências pela morte de funcionários a serviço de seu país.”

Segundo informações preliminares, Stevens morreu asfixiado durante o incêndio no consulado. O prédio da representação diplomática ficou destruído. O ataque foi uma reação que faz parte de uma onda de indignação que surgiu em alguns países muçulmanos após a circulação, pela internet, de trechos de um filme que insulta o profeta Maomé.

Há informações de que o filme foi produzido por um norte-americano e divulgado por um expatriado egípcio copta, uma etnia da região que prega o cristianismo. Os dois são descritos como tendo posturas críticas ao Islã. Um trailer do filme de baixo orçamento foi postado no YouTube, traduzido para o árabe.

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