Biblioteca Isaías Paim homenageia aniversário da divisão do Estado

A Fundação de Cultura do governo de Mato Grosso do Sul continua com a Exposição Literária na Biblioteca Pública Estadual Dr. Isaías Paim. Com o tema “Escritores sul-mato-grossenses” a exposição faz uma homenagem a comemoração ao aniversário da divisão do nosso Estado. No mês em que se comemora a divisão do Estado de Mato Grosso […]

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A Fundação de Cultura do governo de Mato Grosso do Sul continua com a Exposição Literária na Biblioteca Pública Estadual Dr. Isaías Paim. Com o tema “Escritores sul-mato-grossenses” a exposição faz uma homenagem a comemoração ao aniversário da divisão do nosso Estado.

No mês em que se comemora a divisão do Estado de Mato Grosso do Sul, a biblioteca pública estadual Dr. Isaías Paim expõe as obras de escritores do Estado, resultado de uma ampla gama de culturas de diversas regiões do Brasil e dos países de fronteira que tanto influenciaram a nossa literatura e música típica de MS.

Essa multiculturalidade de nossa literatura é fruto da colonização e dos povos de países fronteiriços que aqui fincaram suas raízes e também dos que nasceram antes da divisão do Estado, como por exemplo, os irmãos Abílio e Manoel de Barros, um corumbaense e o outro cuiabano, mas que trazem a vivência no pantanal como uma grande fonte de inspiração.

Não podemos nos esquecer do poeta quase desconhecido e que foi o precursor da moderna poesia de nosso Estado, o corumbaense Lobivar de Matos, além daquele que é considerado o romance-símbolo de Mato Grosso do Sul: “Inocência” do Visconde de Taunay.

Outros escritores e poetas corumbaenses como Augusto César Proença e Orlando Antunes Batista, retratam em suas obras a realidade dos povos do pantanal, assim como o escritor José Pedro Frazão, cujos romances de forte apelo ecológico e com uma pitada irônica nos títulos “Tuiuiú My Brother” e “Nas águas do Aquidauana eu andei”, povoam o imaginário pantaneiro.

Com forte traço poético é Heliophar de Almeida Serra, onde ficção e realidade andam juntas a ponto do real se transformar em imaginário. Já seu irmão Ulisses Serra, nascido em Corumbá, fundou a Academia Sul-Mato-Grossense de Letras e foi o autor de uma grande obra literária “Camalotes e Guavirais”, uma coletânea de crônicas que retratam pessoas e lugares que tanto sensibilizaram a alma deste escritor.

Da grande Dourados, temos o poeta-ator Emmanuel Marinho, mestre na arte de interpretar seus poemas seja em teatro ou música, o escritor Brígido Ibanhes, que em sua obra faz a junção das culturas portuguesa, espanhola e guarani, numa verdadeira alquimia cultural, nas crônicas de Leiner Maura e da nova geração de escritores, destaca-se a obra de Luciano Serafim.

Na fronteira Brasil-Paraguai houve uma grande contribuição para a nossa literatura com as obras do escritor ponta-poranense Elpídio Reis, no romance policial do jornalista douradense Paulo Rocaro, nas obras do historiador Acyr Vaz Guimarães, figura importante no levantamento de dados históricos do Estado e na vasta produção literária do escritor Hélio Serejo, nascido em Nioaque e criado em Ponta Porã.

No outro extremo do Estado, temos o contista e escritor José Couto Vieira Pontes, natural de Três Lagoas, com uma visão humanista e com profunda visão e conhecimento da literatura do Estado, em sua obra

A história da literatura sul-mato-grossense, onde destaca os autores que a formaram antes da separação do Mato Grosso uno. Outra autora nascida em Três Lagoas, a poetisa Flora Egídio Thomé retratou sua “aldeia” em seus livros e na Antologia Dimensional de Poetas Três-Lagoenses.

O município de Maracaju nos legou o escritor e poeta Geraldo Ramón Pereira, de Bela Vista temos Samuel Xavier Medeiros que resgatou a história de Senhorinha Barbosa Lopes, importante figura feminina na Guerra do Paraguai e o cronista Ivaldo Pereira, da região do bolsão, de Paranaíba assim como o poeta-prosador Leal de Queiróz.

Amambai é representada pelo poeta da nova geração, Hugo Salum, Aparecida do Taboado está presente nas poesias de Maria Mendes Stateri, Brasilândia é lembrada nas crônicas brasilandenses de Carlos Alberto dos Santos Dutra e Terenos nos deu o poeta e cronista Lino Villachá, portador de hanseníase e que viveu interno do Hospital São Julião desde os doze anos de idade.

Também estarão em exposição obras de autores nascidos em outras regiões do Brasil como os poetas vindos do Ceará, Rubênio Marcelo, Guimarães Rocha, com vasta e dantesca produção literária, assim como o escritor e cronista Zorrillo de Almeida Sobrinho e de Reginaldo Alves de Araújo, natural da Paraíba, mas um incansável e dedicado defensor de nossa literatura regional sul-mato-grossense.

Da região sul do País temos o escritor Adair José de Aguiar, natural do Rio Grande do Sul e Lucilene Machado, poetisa nascida no Paraná, que fazem uma ponte com o nosso Estado e criam a união de culturas distintas.

Na crítica literária de nosso Estado, temos o professor Marcelo Marinho, um estudioso apaixonado da obra literária de Guimarães Rosa e de Manoel de Barros, da professora Maria Adélia Menegazzo, que, além da literatura tem também nas artes plásticas uma verdadeira paixão e envolvimento em suas análises e do Pe. Afonso de Castro, um dos melhores críticos da obra do poeta Manoel de Barros.

E, finalmente nos lembramos da poetisa Raquel Naveira, nascida em Campo Grande, múltipla em sua obra literária e nos seus mais variados gêneros além de escritores como Henrique Medeiros, jornalista e publicitário natural de Corumbá, cronistas como a mineira Teresa Hilcar, a profª Maria da Glória Sá Rosa, que nasceu no Ceará, mas foi uma importante fomentadora nas artes literária, musical e cinematográfica, assim como a profª Idara Duncan, carioca de nascimento e uma das maiores incentivadoras de nossa cultura em todas as suas manifestações artísticas e de Paulo Coelho Machado, filho da terra que tão bem retratou as ruas da Capital e as figuras humanas que conheceu, entre tantos outros.

O projeto Exposição Literária traz a cada mês um tema que esteja relacionado com livros que integram o acervo da Biblioteca Pública Estadual Dr. Isaías Paim. Tem como finalidade expor obras com temas comemorativos, com objetivo de aproximar dos usuários livros que fazem parte do acervo bibliográfico.

Serviço: As visitas à exposição são abertas ao público. A Biblioteca Pública Estadual Dr. Isaías Paim fica no segundo andar do Memorial da Cultura, na avenida Fernando Corrêa da Costa, 559, e funciona de segunda a sexta-feira, das 8 às 17h30.

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