BC vê pressão de curto prazo na inflação e agirá com cautela

O Banco Central demonstrou uma maior preocupação com os preços no curto prazo por conta da alta dos produtos agrícolas e não vê mais a inflação convergindo para a meta neste ano, mostrou a ata da reunião de agosto do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta quinta-feira. Por isso, o BC ressalta que se […]

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O Banco Central demonstrou uma maior preocupação com os preços no curto prazo por conta da alta dos produtos agrícolas e não vê mais a inflação convergindo para a meta neste ano, mostrou a ata da reunião de agosto do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta quinta-feira.

Por isso, o BC ressalta que se houver espaço para uma nova redução da taxa de juros, ela será feita com “máxima parcimônia”, indicando que o ciclo de queda taxa de juros está chegando ao fim.

“O cenário prospectivo para a inflação …embora para o curto prazo tenha sido negativamente impactado por choques de oferta associados a eventos climáticos, domésticos e externos, manteve sinais favoráveis em prazos mais longos”, disse o Copom na ata da reunião de agosto, quando reduziu em 0,5 ponto percentual, para 7,5 por cento ao ano, a taxa básica de juros.

“Dessa forma, o Copom ressalta que, no cenário central com que trabalha, a inflação tende a se deslocar na direção da trajetória de metas.”

Os produtos agrícolas, que sofrem por problemas climáticos no Brasil e no exterior, foram responsáveis por metade da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto, de 0,41 por cento. E contribuíram para a aceleração da inflação acumulada em 12 meses para 5,24 por cento, afastando-se ainda mais do centro da meta de 4,5 por cento.

“No fundo, o Copom não muda a avaliação do cenário internacional desinflacionário embora haja pressão de curto prazo. Mas o destaque fica para todas as projeções que estão acima da meta”, afirmou o economista-chefe da Sulamerica Investimentos, Newton Rosa.

O Copom sustentou que vai agir para evitar que as pressões de curto prazo não contaminem a inflação no horizonte mais longo. Mas a ata não deixou claro se será promovido um novo corte de juros em outubro, ou este ciclo monetário já chegou ao fim.

“O atual ciclo de redução dos juros pode ter chegado ao fim em agosto, ou está apenas a um corte pequeno do fim. Os próximos dados é que vão dizer” avaliou Alberto Ramos, economista-chefe para a América Latina do banco Goldman Sachs em Nova York.

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